O Realme GT 7 chegou ao mercado global em junho e, ao que tudo indica, também está bem próximo de chegar ao Brasil. O Canaltech teve a oportunidade de testá-lo por alguns dias e trazemos aqui nossas impressões a respeito do tal “flagship killer”, como a própria Realme tem chamado o smartphone.
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A seguir, confira nossas impressões e saiba se vale ou não a pena fazer o investimento, quando estiver disponível no Brasil.
Design
Começando pela parte visual, o Realme GT 7 chama a atenção logo de cara pela carcaça de grafeno – que inclusive está estampado na traseira do telefone, ou seja: a Realme quer que você saiba que esse é um dos seus principais diferenciais.
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O grafeno é um tipo de carbono muito fino com alta condutividade térmica. Graças a isso, o sistema de resfriamento do GT 7 recebe um grande aliado e podemos atestar: nem mesmo jogos pesados fazem esse celular esquentar de forma significativa.
Por outro lado, a carcaça do telefone é muito lisa e um tanto escorregadia. Quando você a segura, não é possível sentir aquele atrito mais perceptível em celulares revestidos de material sintético que imita couro, por exemplo.
É preciso tomar cuidado ao sair carregando esse smartphone por aí (ou providenciar uma capinha).
O GT 7 foi lançado em duas cores: IceSense Black e IceSense Blue. Recebemos a versão azul, que traz um tom de azul-bebê com pequenos detalhes vermelhos, perceptíveis no botão de ligar e nas bordas da ilha da câmera – que é bem extravagante, por sinal.
Pessoalmente falando, não gostei dessa cor (apesar de ter achado o botão vermelho estiloso), mas acredito que muito tenha a ver com a psicologia por trás das cores escuras, que trazem um ar mais luxuoso ao aparelho.
Contudo, temos uma vantagem dessa versão: a carcaça é bem propensa a ficar com marcas de dedo, então o azul-claro ajuda a disfarçar.
Já a ilha da câmera é grande e chamativa, trazendo um formato quadrado com bordas arredondadas. O azul-bebê acaba deixando esse elemento muito destacado, então acredito que o modelo preto ajuda a harmonizar melhor o visual do smartphone.
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“A carcaça de grafeno é um dos destaques do GT 7, promovendo um resfriamento mais eficiente graças à alta condutividade térmica do material.”
Tela
O Realme GT 7 tem tela de 6,78 polegadas com tudo que se tem direito: taxa de atualização de 120 Hz, brilho de 6000 nits, frequência de 2600 Hz de resposta ao toque, HDR10+ e Dolby Vision.
Em suma, o display tem excelente qualidade de imagem, com alto contraste, cores fortes e um brilho que se sobressai até em lugares muito iluminados.
É interessante citar que a versão global do GT 7 sofreu pequenos downgrades em relação à chinesa, nesse quesito.
O GT 7 original oferece uma taxa de atualização de até 144 Hz, enquanto o brilho máximo é de 6.500 nits. Mesmo com as specs inferiores, o modelo segue sendo excelente em termos de qualidade de imagem.
Sistema e performance
O Realme GT 7 conta com o chipset MediaTek Dimensity 9400e, acompanhado de 24 GB de RAM (12 GB nativos + 12 GB via RAM boost) e 512 GB de armazenamento.
A combinação faz jus aos smartphones de primeira linha do mercado e os testes do AnTuTu não mentem: o celular conquistou incríveis 2.228.643 pontos no score geral.
Testamos os jogos de sempre nele, incluindo Diablo Immortal, Genshin Impact, ARK e Call of Duty Mobile. Todos se saíram suficientemente bem com specs variando do moderado ao alto, mas infelizmente a alta taxa de quadros se limita a apenas um grupo seleto de jogos. Todos esses ficaram travados nos 60 Hz.
A Realme possui uma lista de títulos que suportam os 120 Hz no dispositivo, incluindo PUBG Mobile, Brawl Stars, Subway Surfers e outros.
Por algum motivo, existe até mesmo um recurso específico na IA do telefone chamado Gaming Coach-PUBG, que analisa o jogo em tempo real e gera alertas com dicas para o jogador.
Não sou especialista em PUBG para confirmar sua utilidade, mas acredito que seja um adendo legal para os fãs do jogo.
Em termos de desempenho, através dos testes do AnTuTu o MediaTek Dimensity 9400e pode ser comparado ao Snapdragon 8 Gen 3 – porém, com um desempenho levemente superior.
Isso já é o suficiente para comprovar que ele tem um excelente poder de processamento, sendo eficiente não apenas para jogos, mas também no fator multitarefa.
Ainda falando sobre o sistema, o GT 7 conta com a interface Realme UI 6.0. Quem já usou algum celular da Oppo pode notar algumas semelhanças absurdas, especialmente nos recursos de IA.
Isso se dá porque é exatamente o mesmo sistema com leves alterações, então qualquer semelhança não é mera coincidência.
Já se tratando de inteligência artificial, o GT 7 entrega o básico de forma satisfatória, especialmente no processamento de fotos.
O destaque vai para a função AI Planner, que analisa a imagem em busca de qualquer informação sobre datas, lugares e horários; ao encontrar algo do gênero, é criado um evento automaticamente na sua agenda. Simples, mas eficaz.
Bateria
A bateria do Realme GT 7 definitivamente é seu ponto mais forte. Ela também sofreu um downgrade em relação à versão chinesa, caindo de 7.200 para 7.000 mAh, mas segue sendo forte o suficiente para aguentar mais de 24 horas sem precisar de uma nova carga.
No nosso teste padrão de seis horas, colocamos o smartphone para rodar os mais diversos apps, incluindo jogos, streaming e redes sociais. Nesse período, foi gasto pouco menos de 20% – um resultado mais que impressionante.
Em outra ocasião, o telefone foi carregado até o máximo e depois passei cerca de 48 horas sem utilizá-lo. Quando fui usar novamente, ele ainda estava com mais de 90% de bateria!
Para quem procura uma autonomia poderosa para o dia a dia, a capacidade do GT 7 é incontestável e certamente representa uma das melhores do mercado atualmente.
A melhor parte é que essa qualidade também se estende ao carregamento de 120 W. Em menos de 40 minutos, já é possível levar a carga de 0 a 100. Definitivamente, não há defeitos quando o assunto é a bateria do GT 7.
“O segundo destaque vai para a bateria, que garante facilmente mais de 24 horas de autonomia em uso cotidiano. Quem não costuma mexer muito no celular pode conseguir estender essa duração para até dois dias!”
Câmera
O Realme GT 7 traz uma experiência mista no que diz respeito às câmeras. Ele tem duas lentes de 50 MP acompanhadas de uma grande angular de 8 MP, enquanto a lente de selfie dispõe de 32 MP.
O celular consegue capturar vídeos em até 8K e 60 fps, enquanto a resolução 4K suporta 120 fps. Já a câmera frontal se limita aos 60 fps.
Em ambientes bem iluminados, a câmera do GT 7 impressiona, especialmente devido ao processamento de imagem por IA, que realmente traz uma diferença notável no resultado final.
Até mesmo fotos tiradas com zoom ficam bem nítidas quando a luz favorece a captura – mas quando estiver escuro, a situação muda da água para o vinho.
A queda de qualidade das fotos bem iluminadas para as mais escuras é gritante, então não espere uma câmera apropriada para qualquer ocasião. O mesmo pode ser dito da lente frontal, que traz um aspecto levemente borrado nas fotos – mesmo em ambientes iluminados.
Da mesma forma, o vídeo também traz características semelhantes em termos de imagem, mas a alta taxa de quadros em 4K ajuda a reduzir esse aspecto.
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Principais concorrentes
O Realme GT 7 tem como principais concorrentes os demais flagships do mercado, em especial o carro-chefe de cada marca. Contudo, por não se tratar do modelo mais poderoso da linha (perdendo para o Pro), podemos colocá-lo na mesma prateleira de celulares como o Galaxy S25 padrão e o Xiaomi 15.
Em um comparativo direto, o GT 7 tem uma performance muito próxima do S25 – inclusive, suas pontuações no AnTuTu são quase as mesmas. Por outro lado, o S25 certamente ganha em termos de câmera e recursos de IA, que acabam sendo a principal atração da linha.
Já o Xiaomi 15 traz uma potência mais próxima do GT 7 Pro – o que certamente lhe dá uma vantagem, já que trata-se do modelo mais básico da principal linha da Xiaomi.
Porém, trata-se de um smartphone que ainda não chegou ao mercado brasileiro e, seguindo a lógica da coisa, tudo leva a crer que o GT 7 será consideravelmente mais barato por aqui do que o modelo da Xiaomi.
O Realme GT 7 não é o smartphone mais poderoso da sua linha e, por isso, tende a custar um preço consideravelmente menor, assim como o S25 em relação ao S25 Ultra. Dessa forma, isso faz dele um produto melhor em termos de custo-benefício.
Vale a pena comprar o Realme GT 7?
Em termos de performance e principalmente bateria, o Realme GT 7 é um excelente celular e se torna facilmente recomendável.
O problema é que, até o momento de publicação deste review, a Realme ainda não revelou os preços do modelo no mercado brasileiro – ou sequer sua data de lançamento.
Na Europa, o GT 7 foi anunciado a € 749, o que dá aproximadamente R$ 4.870 na cotação atual.
É improvável que ele chegue na mesma faixa de preço no Brasil, considerando a adição dos impostos.
Dessa forma, podemos esperar um celular caro no lançamento, mas que certamente valeria a pena em períodos promocionais.
Leia a matéria no Canaltech.