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ArtRio 2025: 7 artistas cariocas em ascensão para ficar de olho


A 15ª edição da ArtRio segue até domingo, (14.09), na Marina da Glória, reunindo mais de 80 galerias nacionais e internacionais. Este ano, a feira marca um novo capítulo ao integrar oficialmente o calendário cultural da cidade com a estreia da Semana de Arte e Cultura do Rio de Janeiro — uma programação expandida desenvolvida em parceria com a Prefeitura, que acontece em diferentes áreas. O evento reforça o papel da capital como polo criativo e abre espaço para novas vozes. A seguir, conheça alguns nomes emergentes da cena artística carioca que vêm se destacando nesta edição.

Thix – Galeria Silvia Cintra+BOX4
Obra de Thix – Galeria Silvia Cintra+BOX4
Divulgação
Nascida em Porto Alegre, Thix é carioca por adoção e estreia com estande individual na ArtRio 2025, sob a curadoria de Ademar Britto, no programa SOLO da feira de arte. Suas obras, centradas em autorretratos e na série Bibêlos, exploram identidades não-normativas ao investigar gêneros familiares — no retrato e nas identidades — revelando uma intimidade autoreferente e profunda. Formada nas técnicas do realismo clássico e guiada pela fenomenologia queer, Thix tece imagens que entrelaçam memória, resistência e poesia, desafiando os limites tradicionais da representação para criar narrativas visuais sensíveis e poderosas.
Bruno Lyfe – Anita Schwartz Galeria de Arte
Obra de Bruno Lyfe – Anita Schwartz Galeria de Arte
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Bruno Lyfe transforma memória e cotidiano periférico em pintura vibrante e densamente simbólica. Suas obras — compostas por camadas sobrepostas de imagens, cores e referências — partem de um arquivo afetivo para tensionar narrativas históricas e identitárias. Ícones da tradição colonial, como o gênero equestre e os azulejos barrocos portugueses, são incorporados e ressignificados, ganhando novos sentidos ao dialogarem com símbolos da vida suburbana, como cadeiras de plástico e caixas d’água. Ao fundir esses universos, Lyfe propõe uma reescrita da história da arte brasileira a partir de uma perspectiva crítica e plural. Sua paleta intensa e linguagem visual fragmentada ecoam vivências do Rio de Janeiro profundo — onde arte, política e corpo se entrelaçam no gesto da imagem.
Ana Coutinho – Fema Gallery
Obra de Ana Coutinho
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Ana Coutinho transforma música em pintura como quem traduz frequências em cor. Na ArtRio 2025, seus óleos sobre tela — inspirados na Sétima Sinfonia de Bruckner — deslizam entre vermelhos e azuis em espirais gestuais, onde o som se converte em imagem e o tempo, em matéria. Primeira artista visual residente da Orquestra Sinfônica Brasileira, Ana propõe uma pintura expandida: um espaço onde ritmo, corpo e silêncio coexistem. Seu trabalho pulsa como partitura visual, atravessando camadas abstratas com uma delicadeza vibrante.
Nathan Braga – Mercedes Viegas Arte Contemporânea
Obra de Nathan Braga – Mercedes Viegas Arte Contemporânea
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Nathan Braga investiga o desejo como tensão e ausência. Em sua série 2 não são 1, apresentada na ArtRio 2025, o artista recria a tradição dos vasos gregos em obras de cerâmica, vidro e latão, que evocam o amor como embate e incompletude. Fios metálicos enlaçam formas frágeis que nunca se tornam inteiras, repousando sobre bases translúcidas como corpos que se tocam sem se fundir. Suas esculturas habitam uma zona limítrofe — entre cortejo e recusa, erotismo e contenção — numa leitura profundamente plástica e filosófica do mito da separação. Com obras em acervos como o MAR e o Museu Nacional de Belas Artes, Braga consolida uma poética singular, onde matéria e mito se entrelaçam em gestos contidos, mas potentes.
Mano Wladimir – Lanchonete<>Lanchonete
Mano Wladimir – Lanchonete<>Lanchonete
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O artista Mano Wladimir, de 22 anos, apresenta suas carrancas contemporâneas no estande da Lanchonete<>Lanchonete, localizado na área dedicada às instituições da feira. Inspiradas na tradição popular brasileira, suas esculturas em barro transformam emoções intensas em linguagem visual, propondo uma reconciliação com os próprios monstros — figuras que deixam de ameaçar para se tornar aliadas e guardiãs. Morador do Rio de Janeiro e estudante de Design na PUC-Rio, Mano já passou pela SVA de Nova York e pela EAV Parque Lage. Em 2024, realizou sua primeira individual e vem se destacando na cena artística por uma produção que cruza ancestralidade, estética urbana e pulsão emocional.
A Lanchonete<>Lanchonete, organização cultural sem fins lucrativos, atua desde 2016 na Pequena África, região da Gamboa, promovendo ações com crianças, adolescentes e mulheres em situação de vulnerabilidade social.
Nita Monteiro – Christal Galeria
Nita Monteiro – Christal Galeria
Divulgação
Nita Monteiro constrói narrativas a partir do que permanece: fragmentos domésticos, tecidos, objetos do cotidiano que ganham nova vida como vestígios sensíveis de memória. Em suas obras, nada é apenas coisa — tudo é rastro, afeto e ficção. A artista coleta e recompõe materiais como quem costura histórias entre o real e o imaginado, o científico e o mítico, propondo universos em que passado e presente se entrelaçam. Suas instalações e assemblages transformam espaços íntimos em campos de imaginação expandida, onde a casa se torna um arquivo vivo de experiências, lembranças e reinvenções.
Caio Luiz – Galeria Portas Vilaseca
Caio Luiz – Galeria Portas Vilaseca
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Nascido e criado em Nova Iguaçu, Caio Luiz traduz a Baixada Fluminense em matéria e memória. Suas obras partem da terra — literal e simbólica — para reconstruir narrativas que desafiam os estigmas sobre a vida periférica. Ao incorporar elementos como cimento, areia e zinco à pintura, o artista revela um cotidiano de resistência, afeto e transformação. Com uma linguagem que une o gesto pictórico à geografia social, Caio coloca o território no centro da tela, criando imagens que são mapas afetivos e políticos de um Brasil profundo.