Problemas de montagem, falta de atenção na manutenção preventiva ou até mesmo erros na instalação elétrica são fatores que podem explicar por que o ar-condicionado está exalando mau cheiro dentro de casa. Odores fortes, associados principalmente com umidade e fungos, podem não só gerar desconforto, mas também problemas de saúde – além de sinalizar problemas com o aparelho que podem aumentar o consumo elétrico e encurtar a vida útil do sistema.
A seguir, o TechTudo apresenta as causas mais comuns dos diferentes tipos de odores, o que elas indicam em relação ao estado do seu sistema, e as formas pelas quais você pode combater o problema e corrigir o odor. Continue a leitura para entender também o impacto do odor no sistema e na sua qualidade de vida, e conhecer dicas para evitar que problemas assim ocorram.
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Se você não cuidar, aparelho de ar-condicionado pode começar a desenvolver mau cheiro
Foto: Divulgação / Freepik
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Ar-condicionado com cheiro ruim? Veja motivos e acabe agora com o problema
No índice abaixo, veja todos os tópicos tratados neste guia.
O que causa o mau cheiro e como resolver?
Filtros sujos
Dreno sujo ou mal instalado
Ausência de sifão
Mofo ou excesso de umidade
Falha elétrica e curto-circuito
Cheiros de fora
Riscos de um ar-condicionado com mau cheiro
Mau funcionamento do aparelho
Proliferação de fungos
Incêndio
Como resolver e evitar problemas
O que causa o mau cheiro e como resolver?
1. Filtros sujos
Um dos principais problemas relacionados ao mau cheiro do ar-condicionado são filtros comprometidos. Com o uso, o acumulo de sujeira e a deterioração natural dos filtros podem criar condições ideais para que o componente desenvolva mofo ou colônias de bactérias, que acabam exalando um odor característico — bem parecido com o de meias velhas.
Para evitar transtornos, é preciso realizar a manutenção preventiva conforme o estipulado pelo fabricante, com limpeza e substituição regular dos filtros nos prazos definidos como ideais para cada modelo. Além do desconforto, a negligência no cuidado com os filtros pode levar à proliferação de mofos e bactérias por todo o sistema.
Limpeza do filtro é essencial para evitar problemas com odores
Reprodução/Electrolux
2. Dreno sujo ou mal instalado
O dreno é usado para escoar a água que se condensa naturalmente durante o resfriamento do ar. Composto de um tubo, ele pode acabar obstruído por sujeira com o tempo, o que leva a uma retenção de umidade e, consequentemente, a mofo, retenção de mais sujeira e até proliferação de bactérias.
Além do mau odor, um dreno entupido tende a se agravar com o tempo, até que a tubulação fique completamente obstruída. Isso pode resultar em refluxo de água suja, acúmulo de sujeira no sistema e até danos ao aparelho, comprometendo seu funcionamento e exigindo manutenção corretiva mais complexa.
A solução é limpeza do tubo: se ele for de fácil remoção, você pode retirá-lo do sistema e limpar o interior do filtro com uma mangueira e detergente. Caso a peça não seja simples de remover para limpar, considere chamar um profissional especializado.
Mau cheiro no ar condicionado pode ser causado por problemas no dreno
Divulgação/Febrava
3. Ausência de sifão
O sifão consiste em uma curva em “U” na tubulação do dreno. Sua função é reter uma pequena quantidade de líquido para formar uma barreira física que impede a passagem de odores. Isso evita que cheiros indesejados provenientes da rede externa avancem pelo encanamento e invadam a sua casa, por exemplo. Embora o ar-condicionado funcione normalmente sem o sifão, ele é um componente importante para evitar odores, e costuma ser ignorado em instalações amadoras.
A correção do problema exige a instalação adequada de um sifão, de preferência logo após a bandeja de drenagem do ar-condicionado. É fundamental utilizar uma peça compatível e de boa qualidade — simplesmente dobrar a tubulação do dreno não é recomendado e pode, com o tempo, comprometer o escoamento da água. Além disso, nos casos em que o aparelho permanece desligado por meses, o líquido presente no sifão pode evaporar, sendo necessário reabastecê-lo manualmente para manter a vedação contra odores.
Ausência de sifão pode ocasionar uma situação em que cheiros da rua entram dentro de casa pelo ar-condicionado
Divulgação/Freepik (pressfoto)
4. Mofo ou excesso de umidade
Como você deve ter notado, acúmulo de umidade pode levar à proliferação de fungos que exalam o odor característico de mofo em pontos como filtros e drenos. O que nem todos sabem é que outros pontos do ar-condicionado estão sujeitos ao problema, especialmente se o clima da região em que você vive é de ar mais úmido. Qualquer superfície interna, oculta da luz solar e exposta a grandes concentrações de umidade, pode desenvolver condições favoráveis para a proliferação de mofo.
O excesso de umidade acumulada no aparelho também contribui para o mau cheiro, especialmente quando há umidade suficiente para colônias de bactérias ou mesmo algas se multiplicarem. A dica, neste caso, é ter atenção à manutenção e limpeza da unidade, seguindo as orientações estipuladas pelo fabricante. Sem a manutenção adequada, é inevitável que o ar-condicionado comece a cheirar mal.
Excesso de umidade e mofo são as causas mais comuns do mau cheiro
Reprodução/A.Dias
5. Falha elétrica e curto-circuito
Nos exemplos mencionados até aqui, é possível identificar uma relação direta com ambientes úmidos, má instalação ou falta de limpeza adequada. Esses fatores favorecem a proliferação de fungos e bactérias no ar-condicionado, o que resulta em odores fortes e desagradáveis no ambiente. Quando identificados no início, esses problemas costumam ter solução simples: uma limpeza completa geralmente é suficiente para eliminar o incômodo.
Existe, no entanto, outro tipo de odor que merece atenção redobrada: o cheiro de queimado. Diferente dos casos anteriores, esse odor está relacionado a falhas elétricas. O ar-condicionado requer um suprimento de energia de alta intensidade para funcionar corretamente e, quando a instalação elétrica é inadequada ou subdimensionada para o equipamento, pode haver superaquecimento de tomadas, derretimento de cabos e até curto-circuitos.
Nessas situações, o cheiro é típico de componentes eletrônicos “fritando”. Ao perceber esse tipo de odor, desligue o aparelho imediatamente e acione um técnico especializado — curtos-circuitos representam risco real de faíscas e incêndios.
Chame um técnico caso observe tomadas muito quentes e cheiro de curto-circuito no ar
Reprodução/Freepik
6. Cheiros de fora
Nem sempre o ar-condicionado é o responsável pelo mau cheiro: a origem pode estar fora da sua casa. Nesses casos, é importante lembrar que uma instalação correta do sistema deve reduzir ou até eliminar a entrada de odores externos. Se você percebe cheiros vindos da rua invadindo o ambiente, pode ser sinal de que os filtros precisam ser revisados ou de que a instalação como um todo precisa de avaliação técnica por um especialista.
De forma geral, a passagem de odores externos para dentro da casa está relacionada a falhas na vedação — por exemplo, pequenas frestas comuns em aparelhos de janela — ou à ausência do sifão no sistema de drenagem. Como explicamos mais acima, o sifão atua como uma barreira física que impede o refluxo do ar externo, ajudando a manter o ambiente interno livre de odores indesejados.
Problemas na vedação são comuns em modelos de janela
Divulgação/Eletric Rate
Riscos de um ar-condicionado com mau cheiro
1. Mau funcionamento do aparelho
Em geral, o odor não é o problema em si, mas sim um sinal de que algo não está funcionando bem. Se o mau cheiro está ligado a falta de manutenção ou filtros vencidos, é justo concluir que o aparelho não está operando nas melhores condições. Isso pode acelerar o desgaste dos componentes mais caros e, principalmente, aumentar o consumo de energia.
Em casos mais graves, drenos entupidos podem fazer a água voltar para dentro de casa, e o acúmulo de fungos nas bobinas e condensadoras dificulta a troca térmica — um processo essencial para o funcionamento correto do ar-condicionado, que, quando comprometido, impacta diretamente na sua conta de luz.
Odores podem ser sintomas de problemas que aumentam desgaste e consumo
Reprodução/Midea
2. Proliferação de fungos
Se o problema não for diagnosticado e tratado, os fungos tendem a se multiplicar, agravando o mau cheiro e ocupando partes do ar-condicionado que são ainda mais difíceis — e caras — de limpar ou substituir. Esse tipo de problema não desaparece sozinho e, sem intervenção, só tende a piorar.
Além dos impactos financeiros e do desconforto causados pelo odor, um ar-condicionado contaminado por fungos representa um risco sério à saúde. Pessoas com condições respiratórias pré-existentes podem ter crises agravadas de asma, rinite e sinusite. Também é comum que a exposição a esse ar contaminado provoque alergias e irritação nos olhos.
Sujeira e falta de manutenção vai contribuir para proliferação de fungos que, por sua vez, aumentam o problema do odor
Divulgação/Shutterstock
3. Incêndio
Não menos grave é o risco de incêndio, especialmente quando o aparelho exala cheiro de curto-circuito ou plástico queimado. Se o seu ar-condicionado apresentar esses sinais, interrompa o uso imediatamente. Um equipamento que superaquece tende a continuar esquentando até que um curto-circuito interrompa seu funcionamento.
Na melhor das hipóteses, o curto-circuito será apenas um susto que tirará o aparelho de operação e gerará custos com reparos. Porém, em casos mais graves, ele pode causar um incêndio, colocando vidas em risco e podendo destruir sua casa ou escritório. Barulhos de choques, cheiro e aspecto de plástico derretido em tomadas ou no próprio aparelho são sinais muito sérios que jamais devem ser ignorados.
Como resolver e evitar problemas
Uma das principais formas de evitar que o ar-condicionado desenvolva cheiros fortes é realizar a limpeza e substituição dos filtros conforme as orientações do fabricante. Além disso, manter os drenos desobstruídos e limpos é fundamental para evitar que a umidade nas tubulações crie um ambiente favorável à proliferação de micro-organismos que geram odores.
Outra medida menos evidente, mas igualmente importante, é manter o aparelho em funcionamento regular. Evitar que ele fique parado por longos períodos ajuda a impedir o crescimento de fungos no sistema, garantindo uma experiência livre de mau cheiro. Manter o ambiente limpo também contribui para que o ar-condicionado não acumule sujeira e previne problemas que causam odores desagradáveis.
Por fim, é essencial realizar a manutenção preventiva recomendada pelo fabricante e agendar limpezas periódicas com técnicos especializados. Esse cuidado permite a detecção precoce de problemas e a eliminação inicial de focos de contaminação que podem piorar com o tempo. Além disso, o especialista poderá identificar falhas na instalação que passaram despercebidas, como vazamentos, dutos mal posicionados, ausência do sifão ou problemas em filtros, bobinas e condensadoras.
Com informações de Megaclima, Bosch Home, Panasonic, The Spruce e Daikin
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