A febre oropouche, antes limitada à Região Amazônica, tem avançado rapidamente pelo território brasileiro. Em 2025, a doença já foi confirmada em 18 estados e no Distrito Federal, com mais de 11 mil casos registrados. O Espírito Santo, distante quase 3 mil quilômetros da Amazônia, lidera o número de infecções, com mais de 6.300 casos.
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Até 2023, a febre oropouche era praticamente exclusiva da região Norte, mas em pouco tempo se espalhou para outras áreas do país. O crescimento está associado a uma nova linhagem do vírus, identificada por pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz, que surgiu no Amazonas e se disseminou especialmente em áreas de desmatamento no sul do estado e no norte de Rondônia.
Essas regiões funcionaram como pontos de dispersão do vírus, que encontrou condições ideais para se expandir: ambientes úmidos, matéria orgânica em decomposição e uma população sem imunidade prévia. O mosquito transmissor, o Culicoides paraensis, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, existe em todo o Brasil, mas é mais comum em áreas periurbanas e de plantio.
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Espírito Santo lidera os casos
O Espírito Santo é o estado mais afetado em 2025. Segundo as autoridades locais, a disseminação da doença está ligada ao período da colheita do café, quando trabalhadores de diversas regiões circulam pelas lavouras. A combinação entre alta presença do vetor e movimentação populacional facilitou a propagação do vírus.
A febre oropouche tem sintomas parecidos com os da dengue e chikungunya, como:
- Febre
- Dor de cabeça
- Dores musculares
- Dores articulares
Em casos mais graves, pode afetar a gestação, causando microcefalia, malformações e até óbito fetal. Estados como o Ceará já confirmaram mortes de fetos após infecção materna.
Os surtos geralmente surgem em zonas de transição entre a mata e áreas habitadas, como pequenas comunidades rurais e municípios de porte médio. No Ceará, por exemplo, a doença saiu de povoados isolados e chegou a centros urbanos como Baturité.
Estratégias de combate
O Ministério da Saúde tem intensificado o monitoramento da febre oropouche e promovido estudos com Fiocruz e Embrapa para testar inseticidas que possam conter o mosquito-pólvora. Vale lembrar que a prevenção inclui o uso de roupas longas, telas em janelas, sapatos fechados e a eliminação de matéria orgânica próxima às residências.
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