Há pouco mais de uma semana, quando o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou tarifas de até 30% para as exportações da União Europeia a partir de 1° de agosto, imaginava-se um acordo prévio para breve. Mas o fato é que isso não só não ocorreu como as incertezas aumentaram.
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Maria Irene Jordão, analista global da XP, participou nesta terça (22) do programa Morning Call da XP e disse que o fato é que as negociações entre Estados Unidos e União Europeia andaram pouco.
Ela explicou que foram se desenvolvendo negociações ao longo da semana da semana passada e até agora não houve consenso.
“A Europa chegou a propor cortes de tarifas de importação de veículos caso os Estados Unidos diminuíssem a sua própria tarifa para veículos europeus”, destacou.
“Mas no final de semana, com a moderação do tom das negociações com Trump, chegou-se a indicar que os produtos da União Europeia sofreriam uma alíquota de 15 a 20%”, complementou.
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“Mas nada é certo ainda”, afirmou. Para Jordão, é preciso uma sinalização clara do governo Trump que não vai ter uma “escalada mais forte” com relação às tarifas de importação.
“A União Europeia chegou a aventar algumas possibilidades de retaliação caso não chegue a um acordo”, comentou.
“Uma delas seria aplicação de tarifas em cima de serviços. Serviços têm ficado de fora dessa turbulência (do tarifaço) e poderia afetar as big techs e outras empresas, que é uma parcela bastante relevante”, disse.
Ela comentou ainda que as últimas divulgações de dados econômicos dos Estados Unidos indicam que apesar do choque das tarifas, a economia americana segue saudável, o que justificaria a reação moderada ao último tarifaço anunciado por Trump.
Mas alertou que a inflação nos EUA pode começar a dar sinais mais claros nas próximas divulgações sobre os efeitos das tarifas de importação na economia americana.
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