Quase duas décadas após conquistar o mundo com Fallen (2003), Amy Lee, vocalista do Evanescence, ainda carrega uma ponta de frustração. Apesar do estrondoso sucesso do álbum — que ultrapassou a marca de 17 milhões de cópias vendidas —, a cantora revelou que mudaria uma decisão crucial na escolha dos singles: a ausência de “Imaginary” entre as faixas de trabalho.
Na época, a gravadora Wind-Up Records bateu o martelo por “Everybody’s Fool” como o quarto single do disco, sucedendo os mega-hits “Bring Me to Life”, “Going Under” e “My Immortal”. A escolha, no entanto, não refletia exatamente a vontade artística de Lee. “Se eu pudesse voltar no tempo, teria lutado por ‘Imaginary’. Essa é uma música muito Evanescence para mim”, declarou a artista em entrevista ao Buzzfeed (via Loudwire).
Ela deixou claro que não tem nada contra “Everybody’s Fool”, mas contou que, como estreante na indústria, precisou enfrentar uma série de embates para manter sua visão criativa: “Foi uma luta constante pela arte e pela minha visão. Por algum motivo, os figurões queriam ‘Everybody’s Fool’, e eu também adoro essa música! Mas eu realmente senti que ‘Imaginary’ era para ser esse single naquela época, e eu adoraria ter feito um videoclipe bonito para ela.”
Mesmo sem clipe ou grande campanha promocional, “Imaginary” encontrou seu caminho até o coração dos fãs — algo que Amy reconhece com gratidão. “É difícil para mim ficar pensando no que é subestimado quando sinto que tudo foi avaliado muito melhor do que eu esperava. Quando temos pessoas em todo o mundo que amam nossa música e cresceram com ela, isso significa algo para elas, sabe? Elas amam as faixas profundas tanto quanto os sucessos.”
O arrependimento, no entanto, não apaga o orgulho de um legado consolidado. Em março deste ano, o Evanescence voltou aos holofotes com o lançamento de “Afterlife”, sua primeira faixa inédita em quatro anos, criada especialmente para a série animada Devil May Cry.
Amy Lee revela drama por trás do sucesso do Evanescence
Amy Lee tornou-se sinônimo de uma revolução sonora no início dos anos 2000. Com o lançamento de Fallen em março de 2003, o mundo foi apresentado a uma nova forma de rock alternativo — sombrio, melódico e intensamente emocional. O álbum vendeu mais de 17 milhões de cópias globalmente e trouxe sucessos como “Bring Me to Life”, “My Immortal” e “Going Under”, que elevaram Amy Lee ao patamar de ícone do rock.
Embora o sucesso de Fallen parecesse um sonho, para Amy Lee foi também um pesadelo emocional. Em uma entrevista concedida à Kerrang! em 2018, a artista revelou que vivia um período de grande instabilidade emocional enquanto o mundo celebrava sua música.
“Aquele ano inteiro, por mais maravilhoso que tenha sido, ao mesmo tempo, meu irmão Robby estava passando por uma cirurgia no cérebro. Havia muita turbulência dentro da banda. Foi maravilhoso e também assustador”, declarou.
O momento revelou um contraste cruel entre o brilho dos holofotes e a sombra da dor pessoal.
O impacto da doença do irmão de Amy Lee
O irmão caçula de Amy Lee, Robby, passou por graves complicações neurológicas enquanto Fallen explodia nas paradas. A cantora, que viajava o mundo, estava constantemente dividida entre compromissos profissionais e a preocupação com a saúde da família.
Robby conviveu com epilepsia severa desde a infância e passou por cirurgias delicadas durante a adolescência. Sua condição tornou-se uma fonte contínua de angústia para Amy, que, mesmo em meio a turnês e premiações, buscava equilíbrio emocional.
A perda que marcou a vida da vocalista do Evanescence
Robby faleceu em 5 de janeiro de 2018, aos 24 anos. A perda foi devastadora para Amy Lee, que posteriormente dedicaria canções e reflexões ao irmão em entrevistas e composições mais íntimas da banda.
“Ele era a alma mais pura que conheci. Tudo o que faço carrega algo dele”, disse Amy em 2020 ao Loudwire.
Legado de Fallen e da voz de Amy Lee
Mesmo com toda a dor, Fallen se consolidou como um dos álbuns mais importantes do rock moderno. “Bring Me to Life” ultrapassou 1 bilhão de views no YouTube e no Spotify, consolidando-se como um hino atemporal.
Amy Lee provou ser uma força criativa capaz de transformar tragédia em arte. Seu vocal, que mescla fragilidade e potência, continua influenciando uma nova geração de artistas.
O renascimento criativo de Amy Lee e do Evanescence
Nos anos seguintes, Amy Lee liderou o Evanescence em projetos ousados, como o álbum sinfônico Synthesis (2017) e o potente The Bitter Truth (2021), este último lançado em meio à pandemia.
O novo trabalho trouxe letras mais introspectivas e reafirmou a relevância do grupo, que hoje segue em turnê mundial e prepara um novo disco para 2026, segundo entrevistas recentes.