Com os atuais valores da gasolina e do etanol no Brasil, o Gás Natural Veicular (GNV) ainda chama a atenção de motoristas que buscam economizar no dia a dia. O combustível, que foi bastante popular nos anos 2000, ainda é muito utilizado no Rio de Janeiro e em alguns estados do Nordeste, mas perdeu espaço em outras regiões do país, muito por conta da eletrificação da frota.
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Além da crescente demanda por carros elétricos e híbridos, porém, há outros pontos que pesam na hora de escolher se ainda vale a pena usar GNV no carro em pleno 2025. Você conhece eles? Então, vem que o CT Auto te conta tudo sobre a utilização do GNV.
O gás ainda compensa?
O principal argumento a favor do GNV continua sendo o custo por quilômetro rodado. O metro cúbico do gás custa, em média, cerca de R$ 4,50 (R$ 4,30-4,80) — valor inferior ao da gasolina (R$ 6,00) e do etanol (R$ 4,00). Em estados como o Rio de Janeiro, a diferença é ainda maior: lá, o gás pode custar menos da metade do preço da gasolina, permitindo economia de até 60% para quem percorre longas distâncias.
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Para visualizar melhor, um cálculo simples mostra o impacto na prática. Por aqui, levamos em conta um consumo médio na estrada de 12 km/l na gasolina, 8,5 km/l no etanol e 14 km/m³ no GNV em uma viagem de aproximadamente 430 km entre São Paulo e Rio de Janeiro:
- Gasolina: gasto médio de R$ 214,80
- Etanol: gasto médio de R$ 202,40
- GNV: gasto médio de R$ 138
Ou seja, a economia com o gás pode chegar até a R$ 77 por viagem nesse trajeto. Para motoristas de aplicativo ou quem roda acima de 3.000 km por mês, o retorno do investimento no kit gás pode acontecer em menos de 12 meses.
Instalação do kit gás
O kit GNV continua sendo o principal obstáculo para quem considera a conversão. O valor médio varia de R$ 3 mil a R$ 7 mil, dependendo do modelo do carro e do tipo de tecnologia utilizada (kits de quinta geração são mais caros, mas oferecem maior eficiência).
Além do gasto inicial, a instalação precisa ser feita em oficinas credenciadas pelo Inmetro, e o veículo passa a exigir inspeções anuais para manter a certificação de segurança. É importante incluir esses custos no cálculo para saber se o investimento realmente compensa no seu caso.
Perda de espaço e potência
Outro ponto que pesa na decisão é a parte prática. O cilindro ocupa boa parte do porta-malas, reduzindo a capacidade de bagagem — algo que pode incomodar quem costuma viajar com a família. Além disso, mesmo com kits modernos, há uma perda de potência que pode variar de 3% a 20%, dependendo do motor e da calibração do sistema.
Por isso, é desaconselhado o uso do GNV em carros com motor 1.0 aspirado, já que a queda de desempenho tende a ser mais perceptível nesse tipo de veículo.
Benefícios fiscais
Em alguns estados, a conversão para GNV garante incentivos adicionais. No Rio de Janeiro, por exemplo, o IPVA de veículos a gás é de 1,5%, contra 4% dos modelos a combustão convencional. Essa diferença reduz o custo anual do carro e ajuda a acelerar o retorno do investimento.
Por outro lado, a disponibilidade de postos de GNV ainda não é uniforme em todo o Brasil. Cidades de médio porte, como o Guarujá (SP), com mais de 300 mil habitantes, ainda carecem de infraestrutura para abastecimento. Antes de instalar o kit, é essencial verificar se há postos próximos e se o preço do metro cúbico na sua região é competitivo.
Impacto ambiental reduzido
A queima do GNV emite menos dióxido de carbono e poluentes em comparação com gasolina ou diesel, o que contribui para uma menor pegada de carbono. Além disso, o gás é um combustível mais limpo, reduzindo o acúmulo de resíduos no motor e prolongando sua vida útil.
Porém, é necessário cuidados específicos, como revisões anuais do sistema de gás e manutenção preventiva para evitar vazamentos e manter a segurança.
Mas, afinal, vale a pena?
A decisão de adotar o GNV em 2025 continua dependendo do perfil do motorista. Para quem roda muito, a economia com combustível e eventuais descontos fiscais podem compensar o investimento em um período de um a dois anos.
Já para quem usa o carro apenas para deslocamentos curtos ou esporádicos, o kit dificilmente se paga. A perda de espaço no porta-malas e a queda de potência acabam pesando mais do que a economia na bomba.
O GNV segue sendo uma boa alternativa para quem tem quilometragem alta e mora em regiões bem servidas por postos de abastecimento. Mas, para usos ocasionais, o investimento pode não fazer sentido — especialmente diante do custo inicial elevado e da necessidade de manutenção extra.
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