Onça-preta | Com raro melanismo, felino é clicado pela 1ª vez em reserva de GO

Uma onça-pintada melânica, também conhecida como onça-preta, foi registrada pela primeira vez na Reserva Natural Serra do Tombador, em Cavalcante (GO), área de Cerrado mantida pela Fundação Grupo Boticário. O flagrante inédito foi feito por câmeras-trap em março deste ano e seguido por novos registros em abril e maio. A presença do raro felino é um forte indicativo do bom estado de conservação da reserva, considerada uma das mais importantes do Cerrado brasileiro.

A onça-preta é um indivíduo da espécie Panthera onca com melanismo, mutação genética que provoca escurecimento dos pelos. Essa condição atinge cerca de 10% da população da espécie, segundo especialistas. Embora as manchas ainda estejam presentes, elas são encobertas pela pelagem escura.

Os especialistas explicam que as onças costumam percorrer longas distâncias em busca de abrigo, alimento, proteção e locais para reprodução e que são animais solitários, que permanecem com a mãe apenas até os dois anos de idade, e podem se deslocar por uma área de mais de 50 mil hectares.


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Onça-pintada melânica em primeiro registro (Imagem: Fundação Grupo Boticário) 

Rara e essencial para o equilíbrio do ecossistema

O registro do animal reforça a importância das áreas protegidas e dos corredores ecológicos. A presença de grandes predadores como a onça-pintada é fundamental para a manutenção dos ecossistemas, já que o felino é considerado uma espécie guarda-chuva, sua proteção garante a sobrevivência de muitas outras espécies. O biólogo Roberto Fusco, da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza, explica:

Por ser uma espécie guarda-chuva, que necessita de grandes territórios para sobreviver na natureza, proteger a onça-pintada gera efeitos positivos para muitas outras espécies e, consequentemente, para todo o ecossistema.

Reserva tem papel estratégico no Cerrado

Com 8.730 hectares, a Serra do Tombador é a maior Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) do estado de Goiás. Em 20 anos de existência, o local já registrou 531 espécies de animais e 437 de plantas. A unidade não é aberta à visitação pública, mas abriga pesquisas sobre biodiversidade, ecologia do fogo e manejo ambiental.

O flagrante da onça-preta também tem gerado impacto positivo entre os moradores da região, aumentando o engajamento com a conservação da natureza e reforçando o papel estratégico de áreas protegidas no Cerrado.

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