Quer juntar R$ 10 mil? Veja quanto guardar por mês e onde aplicar com segurança

Guardar R$ 10 mil pode parecer uma meta distante para quem está começando a se organizar financeiramente, mas com planejamento e disciplina o que parece um sonho pode se tornar realidade. O segredo, segundo especialistas, é transformar o objetivo em pequenas metas mensais, adaptadas à renda e ao momento de vida de cada pessoa.

Para Gustavo Moreira, planejador financeiro com certificação CFP®, a estratégia é o diferencial entre quem apenas deseja e quem efetivamente conquista. A primeira dica é abandonar a ideia de que é preciso ter um alto valor disponível para começar. “Em vez de pensar no montante total, o melhor caminho é quebrar a meta em pequenas metas mensais, ajustadas à sua realidade financeira”, afirma.

O ponto de partida está no diagnóstico da situação financeira atual. É importante listar todas as fontes de renda, os gastos fixos e variáveis e, assim, entender o quanto é possível guardar por mês sem comprometer as despesas essenciais. Mesmo que esse valor seja pequeno, a regularidade fará mais diferença do que grandes aportes esporádicos.

“Quem começa pequeno e não para chega mais rápido do que quem tenta grandes aportes e desiste”, resume Moreira. Ele recomenda ainda que esse valor seja revisto a cada seis meses. Se a renda aumentar ou se os gastos forem reduzidos vale ajustar o valor mensal poupado para acelerar a conquista da meta.

Quanto reservar por mês?

A recomendação mais comum é reservar de 10% a 20% da renda para investimentos e economia, mas isso não é uma regra absoluta. “Se os 10% forem inviáveis no seu momento de vida, comece com 5%”, orienta o planejador. A prioridade deve ser criar o hábito de poupar de forma constante e com foco no futuro.

Essa regularidade, além de ajudar a acumular o valor desejado, cria uma “mentalidade mais consciente” em relação ao dinheiro, favorecendo outros objetivos que possam surgir ao longo do tempo.

Onde investir até atingir a meta?

Com o objetivo de acumular R$ 10 mil e a necessidade de manter o dinheiro seguro e acessível, Moreira destaca que o ideal é priorizar investimentos de renda fixa, com liquidez e rentabilidade acima da poupança.

Entre as opções estão:

– Tesouro Selic: título público que rende próximo à taxa Selic, com liquidez diária após a compensação;
– CDBs de liquidez diária: títulos emitidos por bancos que podem pagar mais de 100% do CDI, dependendo da instituição;
– Fundos DI: fundos com aplicação em títulos públicos e privados de curto prazo, boa liquidez e taxas reduzidas.

Quanto guardar por mês para chegar aos R$ 10 mil?

O valor mensal que precisa ser poupado dependerá diretamente da renda e da urgência em atingir a meta. Moreira elaborou simulações com diferentes valores, com aportes mensais que variam entre R$ 150 e R$ 1,4 mil, em aplicações em Tesouro Selic ou CDBs que rendam 100% do CDI.

Veja no quadro abaixo:

O planejador financeiro, no entanto, frisa que essas estimativas não consideram a inflação (IPCA) — que pode corroer parte do poder de compra ao longo dos meses. Por isso, além de buscar investimentos seguros, ele recomenda acompanhar se o rendimento real está mantendo o valor do dinheiro no tempo.

Porém, mais do que chegar aos R$ 10 mil, a experiência de juntar esse valor ajuda a desenvolver autonomia e maturidade financeira. Quando a meta é tratada com seriedade e construída passo a passo, ela se torna mais viável.

“Guardar dinheiro é um processo de longo prazo. Quanto mais ele estiver alinhado com o seu estilo de vida e os seus valores, maior a chance de você conseguir mantê-lo com consistência”, afirma Gustavo Moreira.

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