A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), rebateu nesta sexta-feira (18) as declarações do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e afirmou que ele não tem “autoridade para falar em pacificação” ao defender o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Gleisi acusou o governador de apoiar a ofensiva do presidente americano Donald Trump contra o Brasil e de endossar conspirações articuladas por Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos.
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“Não tem autoridade para falar em pacificação quem, como o governador Tarcísio, defendeu a guerra tarifária, as sanções e ataques de Donald Trump contra o Brasil, resultantes da conspiração de Bolsonaro, seu filho Eduardo Bolsonaro e seus cúmplices nos EUA”, escreveu Gleisi em suas redes sociais.
A resposta da ministra foi motivada pela manifestação de Tarcísio após Bolsonaro ser alvo de operação da Polícia Federal nesta sexta, que resultou na imposição de medidas cautelares pelo Supremo Tribunal Federal (STF), incluindo o uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno e restrições de comunicação com embaixadores, diplomatas e o próprio filho Eduardo.
Escalada de tensão institucional
Tarcísio, aliado do ex-presidente e pré-candidato potencial à presidência em 2026, classificou a decisão do STF como uma “humilhação” e afirmou que o país vive uma “sucessão de erros”.
Ele também disse que “não haverá paz social sem eleições livres, justas e competitivas”, o que foi interpretado por setores do governo como uma crítica indireta à legitimidade do processo eleitoral e às decisões do Judiciário.
A ministra de Lula reagiu com dureza, ao dizer que o coro bolsonarista contra o STF apenas “realça a legitimidade e a soberania da CorteSuprema para processar e julgar quem atentou contra a democracia”.
“Quem interferiu ilegalmente no processo eleitoral brasileiro e comandou um golpe contra o resultado de eleições livres e justas foi Jair Bolsonaro. É ele que intenta sacrificar a honra e a soberania do país”, afirmou Gleisi.
Crise com os EUA
A operação da PF foi deflagrada poucos dias após o tarifaço de 50% imposto por Donald Trump a produtos brasileiros, em retaliação ao que o republicano classificou como “perseguição” a Bolsonaro. I
nvestigadores brasileiros apontam que a articulação do ex-presidente com o governo dos EUA teve como objetivo interferir no julgamento da trama golpista pelo STF e constranger instituições brasileiras — o que levou Moraes a enquadrar a conduta no crime de atentado à soberania nacional.
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