Em um dia de tensão política e ruídos entre Brasil e Estados Unidos, o dólar contrariou o movimento global e fechou em queda de 0,24%, a R$ 5,5477 no mercado à vista. A virada de direção veio apesar da decisão do STF que restaurou parte do decreto que eleva o IOF em operações cambiais, o que inicialmente pressionou a moeda americana. No exterior, o dólar subia frente a outras divisas, mas a melhora nas bolsas de Nova York e o aumento do apetite por risco ajudaram a reduzir a demanda por proteção. O mercado monitora com atenção a resposta do governo brasileiro à ameaça de Donald Trump de impor tarifas de 50% sobre produtos nacionais a partir de agosto, além da agenda intensa de dirigentes do Fed, que também movimenta os ativos de risco.
No Brasil, o Ibovespa acompanhou o bom humor externo e os investidores avaliaram os desdobramentos políticos e fiscais internos com cautela. Já os traders de minidólar enfrentaram um dia instável, marcado por reações sensíveis a fatores macroeconômicos, especialmente o impacto da retomada do IOF e a incerteza sobre os desdobramentos da crise comercial. O pregão exigiu leitura técnica apurada e atenção redobrada com os pontos de suporte e resistência, num contexto em que a volatilidade segue sendo o principal vetor dos preços.
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Os contratos de minidólar (WDOQ25), com vencimento em agosto, fecharam a última sessão em queda de 0,36%, cotados aos 5.567 pontos.
Análise do gráfico de 15 minutos
Após uma sessão de baixa, o minidólar encerrou o dia oscilando entre as médias móveis curtas, o que reforça o cenário de indefinição no curto prazo. O ativo ainda segue em movimento lateral, e o comportamento nas primeiras horas do pregão desta sexta-feira pode ser decisivo.
Para que o ativo retome a força compradora, será necessária entrada de volume acima da média e o rompimento da faixa de 5.572,5/5.590 pontos, o que abriria caminho para buscar as resistências seguintes em 5.611/5.620 e depois em 5.627/5.638 pontos.
Por outro lado, caso os vendedores retomem o controle, o rompimento do suporte em 5.566/5.555 pontos pode acionar nova onda de pressão vendedora. Nesse cenário, os próximos níveis a serem observados estão em 5.547,5/5.539, com alvo mais longo em 5.526/5.505 pontos.
No gráfico diário, o ativo também fechou em queda e permanece acima das médias de 9 e 21 períodos, o que indica uma estrutura ainda neutra com viés levemente altista. Contudo, vale atenção ao suporte de 5.538/5.467 pontos, cuja perda poderá colocar a mínima de 2025, em 5.438 pontos, de volta ao radar. A superação da máxima da semana anterior, em 5.658 pontos, pode reanimar os compradores e levar o ativo a buscar 5.687/5.726 pontos, desde que haja volume.
O Índice de Força Relativa (IFR 14) está em 48,94, mostrando uma leitura neutra, o que reforça a necessidade de confirmação por volume para qualquer rompimento relevante.
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Dólar futuro (WDOQ25): Gráfico de 60 minutos
No gráfico de 60 minutos, o minidólar encerrou a sessão com viés negativo, perdendo força após não conseguir sustentar as altas recentes. O ativo passou a trabalhar abaixo das médias móveis de 9 e 21 períodos, o que adiciona um sinal de alerta para o curto prazo.
Para retomar a trajetória de alta, será essencial romper a região de 5.572,5/5.590 pontos. Superando esta faixa, o próximo desafio estará entre 5.629/5.658 pontos, onde passa uma importante resistência intermediária. Caso o fluxo comprador se intensifique, os alvos se estendem para 5.666 e 5.687 pontos.
No cenário oposto, a perda do suporte em 5.555/5.535 pontos pode acionar novo movimento de baixa, com próximos suportes localizados em 5.505/5.478 e alvo mais longo em 5.467/5.452 pontos. Essa região representa um importante piso técnico, cuja perda pode mudar o viés do ativo também no médio prazo.
(Rodrigo Paz é analista técnico)
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