Para as brasileiras, a segurança também está ligada a quem está ao volante: 93% das motoristas percebem que as passageiras se sentem mais seguras quando conduzidas por mulheres, mostra um estudo da 99 em parceria com a Think Eva revelado nesta terça-feira (15), em um evento em São Paulo (SP).
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A pesquisa analisa a relação das mulheres com a segurança na cidade e no trabalho por aplicativo após entrevistar quase 900 motoristas e potenciais motoristas em seis capitais brasileiras: Belo Horizonte (MG), Fortaleza (CE), Porto Alegre (RS), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e São Paulo (SP).
Apesar da percepção em relação às passageiras, a insegurança também está do outro lado: quase 76% das motoristas sentem que ser mulher aumenta os riscos durante o trabalho, segundo o levantamento.
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Confira as preocupações mais frequentes durante o trabalho relatadas durante as entrevistas:
- Segurança pública, incluindo assalto e locais desconhecidos e vazios (74,9%);
- Insegurança no trânsito (60%);
- Agressões físicas ou verbais de passageiros (56,5%);
- Assédio sexual, incluindo importunação e estupro (50,8%);
- Assédio de outros motoristas na rua, incluindo xingamentos, buzinas e afins (41,4%).
Durante a conferência, a motorista parceira da 99 há dois anos Elaine Carvalho destacou que evita maquiagem, prefere manter o cabelo preso, assim como usa insulfilm nos vidros do carro e mantém as janelas fechadas, para se proteger.
“Procuro sempre puxar assunto com o passageiro para me sentir mais confortável”, relatou.
Preocupação que diminui com o tempo, mas não desaparece
Apesar dos números elevados, a experiência ao volante tem um efeito curioso: antes de começarem a dirigir, duas em cada dez mulheres relataram sentir medo significativo no início da atividade. Além disso, 4% das participantes pontuaram que vivenciaram muito medo no começo.
Contudo, com o passar do tempo, apenas 6% das motoristas pontuaram que continuaram a sentir o mesmo medo.
Ainda assim, a disparidade permanece gritante quando se observa as mulheres que ainda não atuam nas plataformas: entre potenciais motoristas, o medo de sofrer assédio sexual chega a 90%.
Para coibir os riscos, a 99 apresentou soluções para incrementar a segurança das motoristas na plataforma durante a conferência. Entre eles, o Botão 99Mulher, que garante corridas exclusivas entre mulheres, e o monitoramento em tempo real e gravação de áudio durante as conversas.
A empresa ainda usa inteligência artificial para reforçar a segurança. “A IA nos permite desenvolver funcionalidades preditivas para identificar e prevenir situações de risco”, explicou a gerente sênior de prevenção e percepção em segurança da 99, Maria Marcolan.
Além disso, a 99 lançou uma cartilha educativa para motoristas e passageiras, explicando tipos de violência, direitos legais e canais de denúncia e apoio, como a Central 180 e a rede As Justiceiras.
Caminho para autonomia
A pesquisa também destacou que dirigir é a principal fonte de renda para 79% das entrevistadas. Nesse universo, a flexibilidade de horários surge como um atrativo, especialmente ao considerar que 7 em cada 10 motoristas são mães, acumulando a jornada sobre rodas com as responsabilidades familiares.
“O mercado de trabalho formal, muitas vezes, não está preparado para atender às necessidades das mulheres que acumulam as responsabilidades de cuidado com filhos, pais e avós”, pontuou a jornalista e diretora da Think Eva, Maíra Liguori.
Essa realidade, aliada à ausência de outras oportunidades de emprego, leva muitas mulheres para o volante, buscando a autonomia que o trabalho tradicional não oferece.
O estudo mostra ainda que o transporte por aplicativo, apesar de não ter sido o “plano A” para muitas, tornou-se ferramenta essencial para mulheres que buscam reconstruir a vida, especialmente após eventos como divórcios, desemprego ou problemas de saúde.
Do lado de quem ainda não dirige, apenas 10% pensam em se tornar motoristas por conta própria, dessa vez com a preocupação maior relacionada à segurança contra assédio sexual, agressões físicas ou verbais de passageiros e assaltos.
Além disso, a pesquisa revela que o número de interessadas sobe para mais de 30% após a apresentação das soluções de segurança da 99.
Colaborou: Anaísa Catucci.
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