Nossa vida é cercada por crenças e saberes populares, e a ideia de que a sopa ajuda a curar a gripe é uma delas — provavelmente ensinada pela sua avó. Mas isso não é apenas uma suposição: esses pratos realmente podem colaborar com a recuperação em casos de doenças respiratórias.

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Diversos estudos já apontaram a eficácia de sopas, como o tradicional caldo de galinha e aquelas compostas por vegetais e ervas. Um exemplo é uma pesquisa publicada no European Journal of Integrative Medicine (sciencedirect.com).

O estudo observou que pessoas que incluíram sopa na dieta se recuperaram até 2,5 dias mais rápido da Covid-19, em comparação com aquelas que não consumiram o prato regularmente. Sintomas como congestão nasal, dor de garganta e fadiga também se mostraram mais leves entre os que ingeriram sopa com frequência.

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Além disso, os participantes que consumiram o alimento apresentaram níveis mais baixos de IL-6 e TNF-α, proteínas associadas à resposta inflamatória do organismo.

Quente, hidratante e rica em nutrientes

O potencial das sopas para reduzir a gravidade dos sintomas e proporcionar uma recuperação mais confortável está ligado ao fato de serem quentes, hidratantes e, em geral, ricas em nutrientes.

“Ingredientes como alho, cebola, gengibre e folhas verdes têm propriedades anti-inflamatórias, antimicrobianas e de suporte imunológico. O calor também pode ajudar a soltar o muco, aliviar dores de garganta e promover conforto geral durante a doença”, explica Sandra Lucas, professora da Escola de Ciências da Saúde da University of the West of Scotland.

Sopa como autocuidado

O consumo de sopas durante gripes, resfriados e até casos leves de Covid-19 também representa uma prática cultural de autocuidado baseada na alimentação. Em muitas famílias, a comida assume um papel terapêutico não apenas pelos nutrientes, mas também por simbolizar acolhimento e segurança.

Esse comportamento é comum entre pais que recorrem a métodos caseiros — como as sopas — como primeira linha de defesa diante de doenças leves.

“Tratamentos caseiros ajudam as pessoas a lidar com enfermidades menores, reduzem o uso desnecessário de antibióticos e evitam sobrecarregar os médicos de família ou os serviços de emergência com casos que podem ser tratados com segurança em casa”, pontua Lucas.

Apesar de pratos como a canja de galinha se mostrarem eficazes, seguros para a maioria das pessoas e acessíveis por seu preparo simples, a professora ressalta que ainda são necessárias mais pesquisas para validar cientificamente ainda mais seus efeitos.

“Pesquisas futuras precisam medir resultados significativos: a rapidez com que as pessoas retornam ao trabalho ou à escola, a qualidade do sono durante a doença, a percepção de conforto e os níveis de energia, por exemplo”, conclui a especialista.

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