A B3 (B3SA3) divulgou na segunda-feira (14) dados operacionais referentes a junho e ao segundo trimestre de 2025. De forma geral, a XP Investimentos avaliou os números como melhores do que o esperado, com destaque para o desempenho positivo da renda variável.
No trimestre, o volume médio diário de ações (ADTV) alcançou R$ 27,0 bilhões — o melhor resultado desde o segundo trimestre de 2023 —, ficando 7% acima das estimativas da casa. Já o volume médio diário de derivativos (ADV) totalizou R$ 8,8 bilhões no período, representando alta de 4% na comparação anual e de 2% em relação às projeções internas.
Apesar da melhora nos números mensais da B3, os analistas da XP consideram prematuro concluir que o mercado de capitais está em trajetória de recuperação sustentada. Para 2025, a equipe mantém uma visão cautelosa, com a avaliação de que os atuais níveis de taxa de juros devem continuar sendo o principal entrave para uma retomada mais robusta da atividade.
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No segmento de renda fixa, o relatório destacou a manutenção de um momentum positivo, com novas emissões somando R$ 5,1 trilhões no trimestre — um crescimento de 14% na comparação anual e de 5% acima das estimativas da corretora. Os derivativos de balcão (OTC) também apresentaram evolução, alcançando R$ 4,3 trilhões, alta de 4% em relação ao mesmo período do ano anterior e também 5% acima do projetado pela XP.
Embora essas melhorias operacionais tendam a sustentar o crescimento da receita da B3, a XP Investimentos continua adotando uma postura conservadora diante da fragilidade ainda observada no mercado de capitais e dos potenciais riscos competitivos no horizonte. Como resultado, a corretora reiterou sua recomendação neutra para as ações da B3, com preço-alvo de R$ 16,00, e não enxerga catalisadores relevantes no curto prazo que possam impulsionar os papéis.
Já o Goldman Sachs projeta um crescimento sólido no lucro líquido recorrente, com alta de 9% em relação ao trimestre anterior, impulsionado por receitas líquidas maiores e um resultado financeiro líquido significativamente melhor. A expectativa é de crescimento de receitas em todos os segmentos, com destaque para o aumento do ADTV de ações, que deve beneficiar as receitas de mercado.
O Goldman Sachs manteve recomendação neutra e preço-alvo de R$ 14,80.
O JPMorgan, por sua vez, avaliou os resultados da B3 no segundo trimestre de 2025 como neutros. O ADTV ficou em R$ 27 bilhões, 9% acima do ano anterior e 10% acima das expectativas, impulsionado principalmente por abril e maio, com junho mais fraco.
Já os derivativos listados tiveram desempenho fraco, com receitas caindo 3% em relação ao ano anterior e 10% abaixo do esperado. No segmento OTC, houve crescimento moderado em registros e custódia. A unidade de financiamento registrou queda leve no número de garantias.
No geral, o JPMorgan vê a B3 negociada a cerca de 14,5 vezes o lucro estimado para 2025 e mantém recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 15.
Por outro lado, o BTG comenta que os dados operacionais de junho reforçaram suas perspectivas positivas para o 2T25, com receita líquida e lucro líquido levemente acima das estimativas. O volume médio diário negociado (ADTV) em ações cresceu 6% na base anual, apesar de queda de 6% em relação ao mês anterior. Derivativos ficaram marginalmente abaixo das projeções, enquanto volumes de registro OTC e custódia superaram estimativas.
Desde a recomendação de compra feita em março, as ações da B3 subiram 30% ante 9% do Ibovespa. O BTG acredita que ainda há espaço para expansão de lucro e múltiplo, especialmente com a estabilização da política monetária. Apesar das preocupações concorrenciais no segmento de ações, o modelo de negócios da B3 é diversificado, resiliente e com geração robusta de caixa.
Para o 2T25, o BTG prevê receita líquida de aproximadamente R$ 2,5 bilhões e lucro líquido de R$ 1,2 bilhão. Com isso, reiterou recomendação de compra e preço-alvo de R$ 15.
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