Em 13 de julho de 1985, há exatos 40 anos, o mundo testemunhou um dos maiores eventos musicais da história: o Live Aid. Mais do que um espetáculo, foi um ato de compaixão global, idealizado por Bob Geldof e Midge Ure, com o objetivo de arrecadar fundos para combater a fome na Etiópia.
Realizado simultaneamente no Wembley Stadium, em Londres, e no JFK Stadium, na Filadélfia (EUA), o evento reuniu os maiores nomes da música internacional e foi transmitido para mais de 100 países, alcançando uma audiência próxima a 1,5 bilhão de pessoas.
O Live Aid nasceu da inspiração do Concert for Bangladesh, realizado em 1º de agosto 1971 pelos saudosos George Harrison e Ravi Shankar. Em 1984, Geldof e Ure reuniram artistas como Phil Collins, Duran Duran e Boy George para gravar o single Do They Know It’s Christmas?, cuja arrecadação foi destinada às vítimas da fome. O sucesso da iniciativa impulsionou a criação do megaconcerto que viria a marcar gerações.
Selecionar apenas 10 momentos marcantes do Live Aid é uma tarefa difícil, dada a magnitude do evento. Ainda assim, alguns instantes se destacaram pela emoção, energia e impacto cultural.
Confira:
Queen e a consagração de Freddie Mercury: A apresentação da banda britânica é considerada por muitos como a melhor performance ao vivo da história. Com Radio Ga Ga e Bohemian Rhapsody, Mercury comandou o público com maestria, transformando o Wembley em um coral gigante.
U2 e a conexão com o público: A banda irlandesa emocionou com Sunday Bloody Sunday e Bad. Bono Vox, em um gesto espontâneo, desceu do palco para dançar com uma fã, criando um momento de pura humanidade.
David Bowie e o poder de Heroes: Bowie trouxe uma aura de esperança com sua interpretação da icônica faixa, reforçando a mensagem de que todos podem ser heróis, mesmo que por um dia.
Paul McCartney e o piano solitário: O ex-Beatle encantou com o clássico Let It Be, acompanhado apenas por seu piano. A simplicidade da apresentação tocou profundamente os corações presentes.
Elton John e a energia contagiante: Com Rocket Man, Elton mostrou por que é um dos maiores artistas do planeta, acompanhado pelo percussionista Ray Cooper.
Led Zeppelin e o retorno triunfal: Após anos separados, os integrantes se reuniram para tocar Stairway to Heaven, em uma performance que, apesar de técnica irregular, foi carregada de simbolismo.
Phil Collins e sua jornada transatlântica: Collins se apresentou em Londres e, em seguida, voou de Concorde para Filadélfia, onde tocou novamente, tornando-se o único artista a se apresentar nos dois palcos no mesmo dia.
Mick Jagger e Tina Turner: Jagger incendiou o palco com Just Another Night e, ao lado de Tina Turner, protagonizou uma das parcerias mais explosivas da noite.
The Who e o rock visceral: A banda britânica trouxe Won’t Get Fooled Again com força total, lembrando ao público o poder contestador do rock.
Lionel Richie e o hino da solidariedade: We Are The World, interpretada pelo supergrupo USA for Africa, foi o ápice da mensagem humanitária do evento.
O legado eterno do Live Aid
Mais do que arrecadar mais de 125 milhões de dólares para combater a fome, o Live Aid redefiniu o papel da música como ferramenta de transformação social. Ele mostrou que artistas, quando unidos por uma causa, podem mobilizar o mundo. O evento também inspirou outras iniciativas, como o Live 8 em 2005, e permanece como símbolo de solidariedade e esperança.
Hoje, 13 de julho é celebrado como o Dia do Rock, em homenagem ao Live Aid. Uma data que nos lembra que, quando a arte se alia à empatia, o impossível se torna possível.