5 brinquedos dos anos 90 que ensinam matemática até para quem não gostava muito

Nem todo mundo curtia matemática na escola. Mas, se você cresceu nos anos 90, é bem provável que tenha aprendido várias noções matemáticas brincando. Despretensiosamente, muitos brinquedos dos anos 90 ensinaram matemática por meio de conceitos como padrões, probabilidade, geometria, cálculo mental e até lógica espacial, fazendo com que as crianças da época desenvolvessem habilidades matemáticas de um jeito totalmente natural e divertido.

1. Genius

Genius estimulava a memória de trabalho (Imagem: HarshLight/Wikimedia Commons)

O Genius era aquele brinquedo com quatro botões coloridos que acendiam em sequência. O jogador precisava repetir a sequência exata, que ficava cada vez mais longa. Por trás da diversão, estava um dos pilares da matemática: sequências e padrões. Reconhecer um padrão (como vermelho–azul–verde) e antecipar o próximo passo é essencial em várias áreas, da aritmética à programação.

A repetição estimula a memória de trabalho, a mesma usada para resolver contas de cabeça ou acompanhar raciocínios lógicos. Por exemplo: ao treinar com sequências numéricas crescentes (2, 4, 6…), a criança começa a perceber regularidades, o que forma a base para entender progressões aritméticas no futuro.


Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.

2. Ludo

Ludo ensinava sobre estatística e probabilidade (Imagem: F E/Unsplash)

O Ludo era um jogo de sorte e estratégia. O dado definia quantas casas o jogador andava, e isso por si só já envolvia contagem e adição. Mas o conceito mais rico está na probabilidade. Jogar o dado repetidamente fazia a criança perceber, intuitivamente, que certos números saem mais ou menos vezes (por exemplo, um 6 não é garantido toda hora).

Outro ponto era a estratégia combinatória: ao ter mais de uma peça no tabuleiro, o jogador precisava escolher qual mover, calculando os riscos em um exercício de tomada de decisão baseada em probabilidade.

3. Cubo Mágico

O Cubo Mágico ensinava conceitos da álgebra (Imagem: Fahim Reza/Unsplash)

O Cubo Mágico era o quebra-cabeça colorido que girava para todos os lados, e o objetivo era deixar cada face com uma única cor. Resolver o cubo era puro raciocínio lógico e visão espacial tridimensional. Era necessário entender movimentos em sequência, simetrias, permutações e a ideia de que cada ação afeta várias partes ao mesmo tempo.

Matematicamente, o cubo envolve conceitos de álgebra e teoria dos grupos, ainda que de forma intuitiva. Por exemplo, perceber que certos movimentos “embaralham” e outros “desembaralham” é um treino para desenvolver estratégias e entender que há ordem por trás do caos aparente, um princípio matemático clássico.

4. Banco Imobiliário

Banco Imobiliário ensinava matemática financeira (Imagem: Maria Lin Kim/Unsplash)

Mais do que simular uma vida de milionário, o Banco Imobiliário introduzia noções de matemática financeira. Jogadores lidavam com dinheiro fictício para comprar propriedades, pagar aluguéis, receber rendimentos e fazer trocas. Era um treino real de operações básicas (adição, subtração, divisão), mas também de planejamento financeiro.

Conceitos como troco, juros e até valores relativos apareciam. Entender que um aluguel de 500 vale a pena se a propriedade custou 1.000 é o início do pensamento sobre retorno sobre investimento. Bem adulto para uma brincadeira.

5. LEGO

LEGO ensina contagem, proporção e geometria (Imagem: Xavi Cabrera/Unsplash)

Os blocos de montar, como os da LEGO, envolviam muito mais do que criatividade. Cada construção era um exercício de contagem, proporção e geometria. Ao usar blocos iguais para criar uma torre, por exemplo, a pessoa  percebia que quatro peças de duas unidades de altura resultavam em oito unidades totais. Isso introduz a ideia de multiplicação e até de frações: dividir uma peça grande em duas menores para ajustar uma construção, por exemplo.

Também era comum planejar formas simétricas, reforçando a ideia de eixos de simetria, muito usada em geometria plana. E ao tentar manter a estrutura equilibrada, surgiam conceitos básicos de volume e distribuição de peso. Ou seja: a matemática sempre esteve presente na infância de forma disfarçada, especialmente nos brinquedos dos anos 90

Leia também:

VÍDEO | Anos 90: Tamagotchis e Digimons da Bandai, Reviva a Nostalgia

Leia a matéria no Canaltech.