O compositor brasileiro Toninho Geraes deu um novo passo no processo judicial que move contra a cantora britânica Adele, acusado de plágio pela canção “Million Years Ago”. A equipe jurídica do sambista protocolou um requerimento pedindo que a artista assine presencialmente a nova procuração de seus advogados no Brasil, como forma de garantir a autenticidade do documento e evitar suspeitas de fraude.
A solicitação surge após a conturbada audiência de conciliação realizada em dezembro de 2024, no Rio de Janeiro. Durante o encontro, que visava uma tentativa de acordo entre as partes, houve questionamentos sobre a veracidade das assinaturas de Adele e de seu coautor Greg Kurstin na documentação entregue. O episódio foi agravado pelo mal-estar de Toninho Geraes, que precisou se ausentar por motivos de saúde.
De acordo com o advogado Fredímio Trotta, representante legal de Toninho, a única maneira de assegurar que os documentos apresentados são legítimos seria a coleta presencial das assinaturas, com acompanhamento oficial da Justiça brasileira. A medida poderia ocorrer tanto nos Estados Unidos quanto no Reino Unido, países onde residem os acusados.
Segundo a defesa do compositor, uma perícia caligráfica será fundamental para verificar se houve falsificação nos documentos apresentados pela equipe de Adele. Se confirmada a adulteração, a audiência de conciliação poderá ser considerada nula, exigindo uma nova sessão com a participação presencial dos envolvidos.
“Comprovada a fraude, será necessário refazer a audiência, além de se investigar possíveis responsáveis pelo ato. O objetivo também é saber se Adele realmente tem interesse em um acordo ou está apenas protelando o andamento do processo”, explicou Trotta ao portal LeoDias.
Até o momento, a Justiça brasileira ainda não se pronunciou oficialmente sobre o pedido. A assessoria jurídica de Adele no Brasil informou que não comentará o caso por enquanto.
Toninho acusa a Adele de copiar samba brasileiro
O processo, em tramitação no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, acusa Adele e Greg Kurstin de terem plagiado a canção “Mulheres”, escrita por Toninho Geraes e eternizada por Martinho da Vila. Segundo os advogados do sambista, há semelhanças melódicas claras entre a música brasileira e “Million Years Ago”, lançada por Adele no álbum 25, em 2015.
A disputa judicial, que já dura mais de dois anos, tem sido marcada por episódios polêmicos, como o descumprimento de liminares, retirada de músicas das plataformas e alegações de má fé processual. Agora, a defesa de Toninho busca uma resolução definitiva, com atenção redobrada à autenticidade dos documentos apresentados por Adele.
A ação segue sem data marcada para julgamento, mas ganha novos desdobramentos a cada etapa, mantendo os holofotes voltados para uma das disputas mais midiáticas entre a música internacional e a produção autoral brasileira.