Uma Amazônia que pulsa em cores, formas e narrativas diversas. É isso que o público vai encontrar na exposição Arte da Amazônia para o Mundo, que será aberta ao público nesta quinta-feira (10), no Piso Castanheiras, no Centro Cultural do Manauara Shopping, Zona Sul de Manaus. Com curadoria de Belisário Arce, a mostra celebra os 15 anos da Associação PanAmazônia e reúne 50 obras de 26 artistas amazônidas, entre nomes consagrados e novos talentos das artes plásticas regionais.
Mais do que um evento comemorativo, a exposição propõe um mergulho sensível nas memórias, símbolos e tensões da Amazônia conectando ancestralidade, crítica social e inovação estética. São esculturas, pinturas, técnicas mistas e arte digital, criadas por artistas que vivem e sentem a floresta por dentro. Todas com possibilidade de compra pelo público, que terá acesso gratuito à coletiva até o dia 27 de julho.
A ideia é mostrar que a arte é um caminho potente de pertencimento, de diálogo e também de desenvolvimento. A exposição reúne obras com forte carga simbólica e emocional, feitas por artistas que vivem e sentem a Amazônia de diferentes modos, salienta Belisário Arce, que além de curador e artista expositor, é fundador e diretor executivo da Associação PanAmazônia.
Já tivemos a oportunidade de realizar os Salões Pan-Amazônicos de Artes em 2011 e 2016, que também buscaram valorizar a produção regional. Esta nova exposição dá continuidade a esse compromisso de fortalecer a arte amazônica, completa.
Destaques
Entre os nomes em destaque da mostra está Homero Amazonas, artista de trajetória consolidada, cujas obras são marcadas por referências ancestrais e simbologia indígena. Já Nailson Novato, conhecido por transitar entre o realismo e o surrealismo, apresenta pinturas que carregam as memórias de um povo da floresta que vive em harmonia com o meio.
As obras servem como uma reflexão sobre a relação entre o homem e a natureza, trazendo à tona elementos que, com o tempo, foram se perdendo, comenta, destacando que a exposição é um chamado para reconexão.
A artista Nina Matos, natural do Pará, participa com obras em arte digital. Sua produção ressignifica imagens antigas e propõe diálogos com o imaginário popular amazônico, falando de identidade, memória e pertencimento. Construo narrativas de decodificações das relações humanas, induzindo o espectador a desvendar o universo íntimo dos personagens representados, explica.
O artista Nelson Freire, radicado em Itacoatiara, traz em sua obra espiritualidade e crítica ambiental. A exposição é uma oportunidade de mostrar o quanto da beleza amazônica está se perdendo pela ação do homem. Minha arte fala disso dos lugares que já desapareceram e da energia que sobrevive em pontos de luz sobre a tela.
A coletiva também abriga obras de forte apelo visual e simbólico, como as de Isaias Miliano, artista indígena do povo Patamona, de Roraima. Em suas telas, peixes metálicos nadam por rios contaminados, numa metáfora visual que denuncia o impacto da poluição nos corpos dágua da Amazônia. Sua arte, descrita como um gesto de artivismo, chama o público a reimaginar os rios como veias vivas.
A mostra segue até o dia 27 de julho, com visitação gratuita durante todo o horário de funcionamento do shopping.