Caso de adolescente espancado até a morte em Manaus mobiliza Defensoria Pública e autoridades

A morte do adolescente Fernando Vilaça da Silva, de 17 anos, espancado até perder a consciência no bairro Gilberto Mestrinho, zona leste de Manaus, gerou forte comoção e reações de órgãos públicos que cobram rigor na apuração do caso. O crime ocorreu no dia 2 de julho, quando Fernando saiu de casa para comprar um pacote de leite e acabou sendo atacado por um grupo de jovens após discutir com eles. Relatos indicam que a agressão teria sido motivada por insultos homofóbicos, num ato que expôs a violência e o preconceito enfrentados por jovens LGBTQIA+ na capital amazonense.

Testemunhas registraram em vídeo o momento em que Fernando, já desmaiado, ficou caído na calçada enquanto os agressores fugiam. O adolescente foi socorrido e encaminhado ao Hospital Platão Araújo, sendo depois transferido ao João Lúcio, onde passou por cirurgia em estado gravíssimo. Mesmo com o atendimento médico, ele não resistiu aos ferimentos e morreu no sábado, 5 de julho, com laudo indicando traumatismo craniano, edema cerebral e hemorragia intracraniana.

A Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros investiga o caso, que foi registrado como homicídio qualificado. Segundo a Polícia Civil, os autores da agressão já foram identificados e seriam também adolescentes, mas ainda não haviam sido localizados até a última atualização das investigações. Em paralelo, circulam nas redes sociais vídeos em que os suspeitos aparecem sendo castigados por integrantes de facções criminosas, em uma suposta punição não oficial que evidencia o clima de tensão no bairro após o assassinato.

A Defensoria Pública do Amazonas acompanha o caso de perto e cobrou rigor na apuração, destacando a gravidade de mais um crime violento com vítima adolescente na cidade. A instituição ressaltou ainda a necessidade de medidas efetivas de proteção e prevenção, especialmente contra crimes motivados por preconceito e discriminação. Outras entidades, como a Ordem dos Advogados do Brasil no Amazonas e representantes de direitos humanos, também se manifestaram exigindo respostas firmes das autoridades.

A morte de Fernando Vilaça reacendeu debates sobre o enfrentamento à violência contra jovens em situação de vulnerabilidade e a urgência de políticas públicas para combater a homofobia. Moradores e colegas de escola realizaram manifestações de luto e repúdio, pedindo justiça e reforçando o apelo por ações educativas que promovam respeito e inclusão em toda a cidade.