SÃO PAULO (Reuters) – A Boa Safra (SOJA3), líder na produção de sementes do Brasil, avalia que a área plantada com soja no país na próxima temporada (2025/26) crescerá em um ritmo inferior ao dos últimos anos, diante de maiores custos e juros mais altos, afirmaram executivos da companhia nesta quinta-feira.
Mas os números recordes de pedidos em carteira da companhia no fechamento do segundo trimestre indicam que a demanda por sementes de qualidade seguirá forte em 2025/26, acrescentaram eles, ressaltando o crescimento da empresa e a demanda de produtores que investem para obter melhores produtividades mesmo em tempos mais difíceis.
O CEO da Boa Safra, Marino Colpo, disse ter um “feeling” de que a área plantada no país, maior produtor global de soja, terá um crescimento de 1,5% ante 2024/25, versus média anual de 4% em anos recentes.
“Mas ela não para de crescer mesmo com esse custo de capital, mesmo com todo o aumento do custo”, disse ele em entrevista por ocasião da divulgação dos resultados da empresa no segundo trimestre.
O executivo destacou que, apesar disso, há uma busca por melhores produtividades. “O produtor não tem reduzido a sua vontade de comprar semente de alta qualidade, ele continua disposto em usar sementes com novas tecnologias”, comentou, referindo-se aos produtos da Boa Safra.
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O diretor financeiro da companhia, Felipe Marques, destacou que o setor agrícola mostra sua resiliência no Brasil, crescendo mesmo em épocas difíceis. Ele ressaltou que não há risco de redução de área plantada.
“Não vislumbramos nenhum tipo de cenário de redução de área de soja”, disse ele.
A empresa reportou lucro líquido de R$24,8 milhões no segundo trimestre, alta de 37% na comparação anual, enquanto o Ebitda ajustado foi de R$10,46 milhões, avanço de 45,4%, conforme o relatório desta quinta-feira.
Engie (EGIE3) registra lucro líquido de R$ 567 mi no 2º tri, redução anual de 34,9%
Já a receita operacional líquida ficou em R$ 3,1 bilhões, que representa uma valorização de 10,1% em relação ao segundo trimestre de 2024
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Executivos da Boa Safra ressalvaram que os números dos dois primeiros trimestres do ano são sazonalmente os menores, e destacaram o indicador da carteira de pedidos de sementes de soja, que atingiu um recorde de R$1,6 bilhão no segundo trimestre, alta de 43% na comparação anual, refletindo tanto o aumento da produção como a demanda.
A companhia, que tem foco maior na produção de sementes de soja, apontou também que está buscando diversificar. A carteira de pedidos dos segmentos de outras culturas (trigo, milho, forrageiras, feijão e sorgo) e serviços encerrou o trimestre em R$52 milhões, contra R$35 milhões no mesmo período do ano passado.
“A carteira de pedidos demonstra que vamos ter, em se concretizando, um terceiro e quarto trimestres fortes”, disse o executivo.
Historicamente, a empresa registra faturamento superior à carteira de pedidos, pois novas vendas são realizadas posteriormente.
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