4 desenhos antigos que não envelheceram tão bem quanto lembramos

Em alta no audiovisual – não à toa remakes, reboots e continuações são a aposta da vez de Hollywood –, a nostalgia é um sentimento que costuma fazer bem aos seres humanos, mas que também pode mascarar nossas verdadeiras percepções sobre o passado.

Isso porque, embora o saudosismo faça parte do cinema e da TV, sendo indispensável, inclusive, como bagagem para os filmes, séries e desenhos animados de hoje em dia, é comum também que essa visão emocionada nos impeça de ver produções que estavam longe de ser tão especiais assim.

Muitas vezes com piadas ruins, imagens toscas, enredos que não faziam sentido e uma série de conceitos problemáticos para as quais na época não nos atentávamos, o que não faltam são desenhos animados que ficaram embaçados pelo filtro do tempo e são, na verdade, muito diferentes daquilo que lembramos.


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Desenhos animados que envelheceram mal

Pensando nisso, o Canaltech montou uma lista de 4 desenhos antigos que não envelheceram tão bem, e hoje, quando revistos, mostram que nossa memória tornou-os muito mais legais do que realmente eram. Confira!

  1. Os Smurfs (1981)
  2. He-Man e os Mestres do Universo (1983)
  3. Capitão Planeta (1990)
  4. Donkey Kong Country (1996)

1. Os Smurfs

Os Smurfs ficou no ar de 1981 a 1989 na NBC (Imagem: Divulgação/NBC)

Produzido pela Hanna-Barbera, um dos estúdios de animação mais famosos do mundo, responsável por títulos como Flintstones e Scooby-Doo, Os Smurfs é um desenho animado franco-belga baseado nos quadrinhos de mesmo nome do cartunista Peyo.

Sucesso que contou com mais de nove temporadas e deu origem a uma franquia cinematográfica até hoje em atividade (inclusive com um filme lançado em 2025), o programa foi um dos mais amados dos anos 1980, mas hoje está longe de provocar o mesmo encantamento daquela época.

Com uma trama que se sustentava praticamente apenas em seu visual “fofo”, Os Smurfs era um poço de tramas repetidas à exaustão e diálogos ruins, com episódios que repetiam a mesma fórmula de sempre e quase nunca traziam nenhum tipo de profundidade aos personagens ou assuntos.

Além de um enredo fraco e nenhum atrativo além do visual, o show ainda lidava de maneira bastante machista com a presença da Smurfette no desenho, sempre a deixando de lado nas aventuras dos Smurfs e fazendo com que seu único apelo no programa fosse sua beleza.

2. Capitão Planeta

O Capitão Planeta surgia quando os cinco planeteiros combinavam seus cinco anéis mágicos (Imagem: Divulgação/TBS)

Outro título que também conta com uma legião de fãs, mas não envelheceu tão bem assim, foi Capitão Planeta, desenho animado sobre o super-herói de mesmo nome que sempre surge após a combinação de força de seus protetores (terra, fogo, vento, água e coração), obtendo forças dos elementos naturais.

Muito focado nas questões ambientais, algo bastante louvável até os dias de hoje, o show trazia, porém, uma visão simplista sobre o assunto até mesmo para crianças e adolescentes, retratando os problemas decorrentes do assunto como pura luta de bem x mal.

Com vilões extremamente caricatos — incluindo um homem radioativo e um homem-porco que adorava lixo —, o desenho não se esforçava muito na hora de representar essas ameaças ambientais. E, mesmo para a época, tinha um visual sofrível, com uma estética presa ao passado e diálogos para lá de cafonas.

3. He-Man e os Defensores do Universo

Mais uma produção que causou frisson na época de seu lançamento e conta com fãs apaixonados até hoje – não à toa, um filme live-action com Nicholas Galitzine no papel do super-herói tem estreia marcada para 5 de junho de 2026 –, He-Man é um desenho animado surgido com base na linha de brinquedos Masters of the Universe da Mattel.

He-Man e os Defensores do Universo deu origem ainda ao spin-off She-Ra: Princesa do Poder (Imagem: Divulgação/Mattel)

Ambientado no planeta mágico de Eternia, o título segue os passos de Adam, o príncipe herdeiro do lugar, que sempre quando levanta a Espada do Poder e grita “Pelos Poderes de Grayskull!” se transforma no He-Man, o homem mais poderoso do universo.

Adorado por todos os meninos da época, o show teve mais de 100 episódios, que hoje sob um olhar menos emocionado deixam transparecer o quanto seus personagens e histórias eram meio qualquer nota, sendo pura invenção apenas para vender os brinquedos da empresa.

Com um visual extremamente exagerado, oitentista e cafona, tudo soa um tanto desconjuntado em He-Man, desde o protagonista de tanga e bota, até seu gato covarde (que, vale lembrar, fica valente como o herói após sua transformação) e suas lições de moral ao final de cada episódio.

4. Donkey Kong Country

Donkey Kong Country apenas emprestava o visual do jogo de videogame (Imagem: Divulgação/Teletoon)

Assim como Mario ganhou uma adaptação nas telinhas, Donkey Kong não ficou atrás de seu companheiro da Nintendo e ganhou seu próprio desenho animado em 1996, Donkey Kong Country.

Série de animação baseada no jogo de videogame de mesmo nome, o título foi um pequeno sucesso na época de seu lançamento, tornando-se a primeira série de televisão animada feita na sua maior parte com captura de movimento. Um mo-cap bastante rudimentar e que hoje soa até mais datado do que os desenhos da época.

O ponto mais complicado de Donkey Kong Country, no entanto, é que o show empresta mesmo apenas o nome do desenho.

Assim como aconteceu com a adaptação de Mario, os personagens do programa têm personalidades e embarcam em histórias completamente desconexas em relação aos jogos, basicamente só emprestando o visual dos videogames. Há algumas tramas com desenvolvimentos especialmente sem sentido e nada que remeta à magia e diversão dos jogos.

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