Entender como a Netflix ganha dinheiro éuma curiosidade para muitos assinantes. Com quase 300 milhões de assinantes espalhados pelo mundo, o carro-chefe do negócio são as assinaturas mensais, que garantem acesso ao catálogo de filmes e séries e correspondem à maior parte do faturamento anual da companhia. Essa receita é reforçada por produções originais que fortalecem a marca, além de parcerias e anúncios, que tentam diversificar as fontes de renda da empresa.
Em contrapartida, o streaming investe muito dinheiro em suas produções originais. Títulos como Arcane (2020) e Stranger Things (2015), por exemplo, têm orçamentos estimados em US$ 250 milhões e US$ 270 milhões, respectivamente. Portanto, será que a Netflix arrecada tanto quanto gasta? Entenda, a seguir, mais detalhes sobre como a Netflix ganha dinheiro.
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Saiba tudo sobre a renda da Netflix
Foto: Reprodução/Unsplash/Jonas Augustin
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No índice abaixo, veja o que você vai encontrar nesta matéria:
Como a Netflix cresceu?
Como funciona o modelo de negócios da Netflix?
A tecnologia do streaming
E como a Netflix ganha dinheiro?
Quanto dinheiro a Netflix faz por ano em média?
E quanto custa manter a Netflix?
Quais são os planos da Netflix e quanto custam?
Quais são as séries e filmes mais assistidos da Netflix?
1. Como a Netflix cresceu?
A expressão “ver Netflix” tornou-se sinônimo de assistir a filmes ou séries via streaming nos últimos anos, mas a história da empresa começou bem antes da popularização dessa tecnologia. Fundada em 1997 por Reed Hastings e Marc Randolph, a Netflix nasceu como uma locadora de DVDs pelo correio com base na Califórnia, nos Estados Unidos.
Na época, o DVD ainda era uma novidade, já que, em 1998, apenas cerca de 2% dos lares estadunidenses contavam com um reprodutor. Entretanto, a tecnologia já avançava rapidamente e, poucos anos depois, atingiria quase 95% das casas nos Estados Unidos. Foi nesse cenário em transformação que a Netflix enxergou uma oportunidade de negócios.
Como era o aluguel de DVDs da Netflix
O verdadeiro diferencial da empresa em relação às outras locadoras estava no modelo de assinatura por correio. Nessa modalidade, o cliente escolhia os títulos pelo site e os recebia em casa, sem precisar ir à loja, com preços acessíveis e sem multas por atraso. Para isso, bastava pagar uma mensalidade fixa, de maneira semelhante ao que acontece hoje. A proposta oferecia uma experiência mais prática e confortável e, rapidamente, conquistou uma base fiel de assinantes.
Antes de ser potência no streaming, Netflix funcionava como uma locadora de DVDs por correio
Reprodução/Netflix
Em 2007, os fundadores perceberam que o futuro do entretenimento não estava mais nas mídias físicas. Por isso, gradualmente, começaram a abandonar o aluguel de DVDs para investir no streaming, mesmo que isso significasse “canibalizar” o próprio negócio. Hoje é fácil enxergar que a aposta deu certo, mas, à época, tratava-se de um movimento arriscado. Isso porque, mesmo nos EUA, a Internet banda larga ainda era limitada e não havia garantia de que os consumidores adotariam esse novo modelo.
É interessante notar que as diferentes fases da empresa refletem os hábitos mais populares de consumo de filmes em cada época: primeiro, com o aluguel físico de mídias; depois, com o consumo digital e sob demanda. Se houver outras formas de assistir a filmes no futuro, será que a Netflix também vai se adaptar a elas?
2. Como funciona o modelo de negócios da Netflix?
A principal fonte de receita da Netflix vem das assinaturas mensais de streaming. Em 2024, a empresa registrou cerca de 302 milhões de assinantes pagos espalhados por mais de 190 países, de acordo com o relatório anual Form 10-K. Para analisar o mercado, a companhia separa sua base de clientes em quatro regiões: Estados Unidos e Canadá (UCAN), Europa, Oriente Médio e África (EMEA), América Latina (LATAM) e Ásia-Pacífico (APAC).
Estados Unidos e Canadá (UCAN) — Assinaturas pagas: 89,6 milhões/ receita de streaming: US$ 18.332.530.000
Europa, Oriente Médio e África (EMEA) — Assinaturas pagas: 101,1 milhões/ receita de streaming: US$ 13.252.447.000
América Latina (LATAM) — Assinaturas pagas: 53,3 milhões/ receita de streaming: US$ 4.839.816.000
Ásia-Pacífico (APAC) — Assinaturas pagas: 57,5 milhões/ Receita de streaming: US$ 4.948.634.000
Em todas as quatro regiões, a Netflix registrou aumento na receita de streaming entre 2023 e 2024, com destaque para Estados Unidos e Canadá (UCAN), cujo faturamento foi de US$ 14.873.783.000 para US$ 18.332.530.000 — aproximadamente R$ 73,5 bilhões para R$ 90,7 bilhões, na conversão.
Quadro de receitas da América Latina e região Ásia/Pacífico
Reprodução/Netflix
Além das assinaturas, a empresa conta com fontes de receita complementares, como planos com anúncios, licenciamento de produções originais e produtos relacionados às suas franquias. No entanto, segundo o próprio relatório anual, essas receitas ainda representam uma fatia muito pequena diante do total de streaming, que é o coração do negócio.
Em relação aos gastos, o maior está na linha de “Cost of Revenues”, que inclui produção, aquisição e licenciamento de conteúdo, além dos custos de entrega do streaming. Esse montante foi de US$ 21 bilhões em 2024. Na sequência aparecem as despesas com tecnologia e desenvolvimento, em torno de US$ 2,93 bilhões, e marketing, que totalizou aproximadamente US$ 2,92 bilhões. Esse investimento pesado em conteúdo e infraestrutura é essencial para atrair novos assinantes e manter a fidelidade da base atual em um mercado cada vez mais competitivo.
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3. A tecnologia do streaming
Streaming é o nome atribuído à tecnologia que permite acessar vídeos, músicas, filmes e outros conteúdos online, sem a necessidade de download. O transporte de dados acontece em tempo real, diretamente dos servidores da empresa para as TVs, celulares, notebooks e outros dispositivos dos usuários. Assim, enquanto a plataforma exibe um trecho de um filme, por exemplo, ela já carrega as próximas cenas para que a reprodução seja contínua.
Para viabilizar o streaming em todo o globo, a Netflix utiliza servidores em nuvem (AWS) e conta com data centers ao redor do mundo. Para evitar travamentos ou perda de qualidade, o sistema identifica automaticamente o servidor mais próximo no instante em que o usuário dá play em um filme ou série, garantindo que o vídeo seja transmitido com maior velocidade e estabilidade.
Ainda é válido citar outras tecnologias, como o streaming adaptativo (recurso que ajusta automaticamente a qualidade conforme a velocidade da Internet) e a transcodificação de vídeos (que adapta o conteúdo automaticamente para diferentes dispositivos).
Nova tecnologia aumenta velocidade do streaming e reduz necessidade de conexão rápida com a Internet
Foto: Raíssa Delphim/TechTudo
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4. E como a Netflix ganha dinheiro?
Em 2024, a Netflix faturou US$ 39.000.966.000 (cerca de R$ 195 bilhões) com assinaturas de streaming, segundo o relatório oficial Form 10‑K. Como explicado anteriormente, o modelo de negócios da empresa é focado nos planos mensais, que oferecem ao catálogo. No Brasil, os valores atuais são:
Básico com anúncios: R$ 18,90/mês
Padrão: R$ 39,90/mês
Premium (4K): R$ 55,90/mês
Vale lembrar que os preços dos planos variam de acordo com a realidade econômica de cada região. Na área UCAN (Estados Unidos e Canadá), por exemplo, o valor médio recebido por assinante em 2024 foi de US$ 17,20 por mês, enquanto na LATAM (América Latina) ficou em cerca de US$ 8,24 mensais. Essa diferença ajuda a explicar por que regiões como a EMEA (Europa, Oriente Médio e África), mesmo com uma base de assinantes maior, geram menos receita por assinatura do que UCAN, que concentra o público que paga mais pelo serviço.
Para sustentar esse modelo, a Netflix tem priorizado produções originais, que exigem maior investimento inicial, mas fortalecem a marca globalmente e reduzem a dependência de estúdios externos. Essa escolha é estratégica, já que, como o próprio Form 10‑K alerta, a empresa ainda depende de conteúdos licenciados de terceiros.
“Se os estúdios, provedores de conteúdo e outros detentores de direitos não estiverem ou deixarem de estar dispostos ou aptos a nos licenciar conteúdo em termos aceitáveis, nossa capacidade de transmitir conteúdos aos assinantes pode ser prejudicada e/ou nossos custos podem aumentar.”
A Netflix faturou cerca de R$ 195 bilhões em 2024
Foto: Reprodução/Unsplash
Como parte dessa estratégia de fortalecimento, a empresa também tem buscado diversificar suas fontes de receita, embora as assinaturas ainda sejam o “carro-chefe”. Em 2024, a Netflix também obteve ganhos com anúncios em seu plano com publicidade, produtos licenciados, eventos ao vivo e outras iniciativas, mas o próprio Form 10‑K deixa claro que essas frentes ainda representam uma fração pequena do faturamento total.
Por fim, para reduzir o cancelamento de assinaturas, a plataforma aposta em algoritmos de recomendação. Eles analisam o histórico e o comportamento de cada usuário para sugerir filmes e séries compatíveis com seus interesses, aumentando o engajamento e a chance de renovação da assinatura. Esse é o motivo pelo qual a página inicial da sua Netflix tende a ser bem diferente do que a dos seus pais, por exemplo. A personalização é uma das bases da retenção da Netflix, que busca manter os usuários consumindo continuamente.
5. Quanto dinheiro a Netflix faz por ano em média?
A Netflix se consolidou como uma das empresas de entretenimento mais lucrativas do mundo. Segundo o Form 10‑K de 2024, o serviço de streaming faturou US$ 39 bilhões em 2024, US$ 33,6 bilhões em 2023 e US$ 31,4 bilhões em 2022 — o que representa uma média anual de US$ 34,7 bilhões (cerca de R$ 173 bilhões).
O mercado mais lucrativo para a Netflix é o de Estados Unidos e Canadá (UCAN), que concentrou US$ 18,3 bilhões em receita de streaming em 2024, apesar de ter menos assinantes que a Europa. Em seguida vêm Europa, Oriente Médio e África (EMEA), com US$ 13,2 bilhões, Ásia‑Pacífico (APAC), com US$ 4,9 bilhões, e América Latina (LATAM), com US$ 4,8 bilhões.
O mercado mais rentável para a Netflix é o UCAN
Divulgação/Pexels
6. E quanto custa manter a Netflix?
Em 2024, a manutenção da operação global da Netflix exigiu investimentos robustos em três tipos principais de despesas. A maior delas é o custo de receita (Cost of Revenues), que somou cerca de US$ 21 bilhões e engloba todos os gastos diretamente ligados à entrega do streaming. Nesse montante, estão incluídas as despesas com produção e aquisição de conteúdo, que envolvem tanto a criação de séries e filmes originais quanto a compra de títulos licenciados de terceiros; e os custos de entrega, que cobrem infraestrutura tecnológica, como a instalação e a manutenção de servidores.
Além disso, a empresa destinou US$ 2,93 bilhões para tecnologia e desenvolvimento, área que sustenta o funcionamento da plataforma e aprimora sua escalabilidade. A verba é destinada ao desenvolvimento de algoritmos de recomendação, a melhorias contínuas na interface e a pesquisas em geral. Por fim, a despesa de marketing é semelhante (aproximadamente US$ 2,92 bilhões), sendo destinada a atrair e reter assinantes em meio à forte concorrência do setor. Esse valor cobre campanhas publicitárias globais, divulgação de lançamentos e parcerias promocionais.
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Reprodução/ABC News
7. Quais são os planos da Netflix e quanto custam?
A Netflix oferece atualmente três tipos de planos no Brasil, que se diferenciam em preço, qualidade de imagem e presença de anúncios. O Básico com anúncios é o mais barato e permite assistir ao catálogo em boa resolução, mas com propagandas. O Plano Padrão elimina os anúncios, oferece qualidade Full HD e permite assistir em até dois dispositivos ao mesmo tempo. Já o Plano Premium, mais caro, disponibiliza resolução 4K Ultra HD, áudio de maior qualidade e permite quatro telas simultâneas, sendo ideal para famílias grandes.
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8. Quais são as séries e filmes mais assistidos da Netflix?
O catálogo da Netflix é variado, com opções que vão desde animes e doramas a filmes nacionais. Na lista abaixo, o TechTudo organizou os filmes e séries mais populares do streaming segundo os últimos levantamentos da marca.
Filmes mais populares da Netflix
Alerta Vermelho (Red Notice, 2021) – 230.900.000 visualizações
Bagagem de Risco (Carry-On, 2024) – 172.100.000 visualizações
Não Olhe Para Cima (Don’t Look Up, 2021) – 171.400.000 visualizações
O Projeto Adam (The Adam Project, 2022) – 157.600.000 visualizações
Caixa de Pássaros (Bird Box, 2018) – 157.400.000 visualizações
De Volta à Ação (Back in Action, 2024) – 147.200.000 visualizações
Leave the World Behind (2023) – 143.400.000 visualizações
Agente Oculto (The Gray Man, 2022) – 139.300.000 visualizações
Donzela (Damsel, 2024) – 138.000.000 visualizações
Nós Podemos Ser Heróis (We Can Be Heroes, 2020) – 137.300.000 visualizações
Alerta Vermelho está na lista dos filmes mais assistidos da Netflix
Reprodução/The Movie Database
Séries mais populares da Netflix
Round 6: Temporada 1 (Squid Game: Season 1) – 265.200.000 visualizações
Wandinha: Temporada 1 (Wednesday: Season 1) – 252.100.000 visualizações
Round 6: Temporada 2 (Squid Game: Season 2) – 192.600.000 visualizações
Adolescência: Minissérie (Adolescence: Limited Series) – 142.600.000 visualizações
Stranger Things 4 – 140.700.000 visualizações
Round 6: Temporada 3 (Squid Game: Season 3) – 134.700.000 visualizações
Dahmer: Um Canibal Americano (Dahmer: Monster. The Jeffrey Dahmer Story) – 115.600.000 visualizações
Bridgerton: Temporada 1 – 113.300.000 visualizações
O Gambito da Rainha (The Queen’s Gambit: Limited Series) – 112.800.000 visualizações
La Casa de Papel: Parte 4 (Money Heist: Part 4) – 106.000.000 visualizações
Round 6 é a série mais assistida da história da Netflix
Divulgação/Netflix
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