Nascida em 26 de maio de 1951 em Los Angeles, nos Estados Unidos, Sally Kristen Ride foi a primeira mulher americana a ir ao espaço, em 1983. Também física de formação, ela foi a terceira mulher astronauta, precedida pelas cosmonautas Valentina Tereshkova (1963) e Svetlana Savitskaya (1982), que voaram pelo programa espacial da União Soviética.
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Ride se juntou à NASA em 1978 e teve uma jornada longa até acabar explorando para além da órbita terrestre: ela quase foi tenista e teve uma carreira acadêmica, fazendo várias descobertas e participando da invenção de diversas tecnologias espaciais. Ela também foi a primeira pessoa LGBTQIAPN+ a ser astronauta, fato só revelado quando faleceu, em 23 de julho de 2012.
A vida de Sally Ride
Sally nasceu no estado americano da Califórnia, tendo um exemplo acadêmico em casa — seu pai havia servido no exército durante a Segunda Guerra Mundial e, na volta, cursou um mestrado em educação e se tornou professor de ciência política na Faculdade de Santa Mônica. Sally aprendeu a jogar tênis numa viagem da família à Europa aos nove anos, ganhando bolsas para praticar o esporte na escola desde criança.
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Embora quisesse virar tenista profissional, quando entrou na Universidade da Califórnia para estudar mecânica quântica e Shakespeare, Ride percebeu que precisaria dedicar muito mais tempo diário ao esporte do que conseguiria, e desistiu. Ela transferiu a universidade para Stanford, se formando em física e literatura inglesa, conseguindo mestrado em física em 1975 e PhD em astrofísica em 1978. Em 1977, descobriu que a NASA estava recrutando astronautas, incluindo mulheres, e se aplicou.
Impressionando os avaliadores nos teste físicos, ela entrou com sucesso no Grupo de Astronautas 8 da NASA, onde aprendeu a dirigir jatos e se casou com Steven Hawley, outro novato na agência de astronomia americana. Sally se tornou controladora de voo das cápsulas do programa STS-7, atuando no segundo e terceiro voos da missão Space Shuttle (os primeiros ônibus espaciais).
Sally Ride no espaço
Na próxima missão, a agência quis enviar a primeira mulher americana ao espaço, e Ride se destacava pela personalidade agradável e comunicativa e por ter ajudado a inventar o braço robótico usado pelo ônibus espacial Challenger. Em 18 de junho de 1983, foi nessa mesma nave que Sally subiu ao espaço, fazendo experimentos com ligas metálicas na microgravidade enquanto operava o braço mecânico.
Sally voou uma segunda vez ao espaço, na missão STS-41-G, em 5 de outubro de 1984, ficando um total de 343 horas no espaço, juntando ambas as missões. Ela foi a primeira americana a voar para fora da órbita duas vezes. Uma curiosidade é que Ride, por iniciativa própria, viajou até Budapeste para encontrar Svetlana Savitskaya, a segunda mulher no espaço, com quem fez amizade.
A astronauta iria ao espaço uma terceira vez, mas o acidente da Challenger, em 1986, que matou todos a bordo, levou ao cancelamento da missão. Ela continuou a trabalhar na NASA até 1987, investigando o acidente (e, mais tarde, se tornando a única a também investigar o acidente da Columbus, em 2003) quando saiu para trabalhar na Universidade de Stanford e, em seguida, na Universidade da Califórnia.
Ela ainda trabalhou em programas de liberação de informações ao público por parte da NASA de meados dos 1990 até sua morte, em 2012, por conta de um câncer no pâncreas. Sally também fundou programas de apoio a estudantes e incentivo à carreira espacial junto a sua esposa. A vida pessoal da astronauta era mantida em privado — foi apenas em seu obituário que revelou-se o relacionamento de longa data com Tam O’Shaughnessy, uma tenista e escritora americana.
Elas ficaram juntas por 27 anos, tendo começado um caso em 1985. Em janeiro de 2025, a National Geographic lançou um documentário chamado Sally onde a vida da astronauta é celebrada do ponto de vista profissional e pessoal, contando a história do relacionamento escondido com O’Shaughnessy.
Ela foi homenageada com a nomeação de um navio de pesquisa, RV Sally Ride (AGOR-28), um satélite, ÑuSat 27 “Sally”, um ônibus espacial, S.S. Sally Ride, e duas estátuas — uma no Museu da Aviação Cradle e outra na frente da Biblioteca Presidencial Ronald Reagan.
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