Embora seja um item com ampla utilização por parte da população brasileira, o celular tem uma história rica e cheia de transformações desde o lançamento do Motorola PT-550, em 1990. O aparelho foi o primeiro do tipo a chegar ao país, com uma tecnologia móvel revolucionária.
Primeiro celular do Brasil tinha tela para sete dígitos
Longe das telas sensíveis ao toque, o PT-550 trazia apenas um pequeno painel monocromático para mostrar sete dígitos.
Outras características marcantes do design incluem a presença de uma tampa “flip” para proteger o teclado físico, além da antena superior com construção retrátil.
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Outros atrativos do dispositivo são características bastante triviais dos celulares atuais, como a possibilidade de memorizar contatos (até 32) ou ver a potência do sinal da operadora por meio de um indicador próprio.
Ele ainda vinha com um carregador para a bateria de “alta capacidade” — que, na prática, tinha uma autonomia para apenas duas horas de uso.
Se ninguém tocar nele, o modo standby não chegava a um dia, e se limitava a 15 horas antes da necessidade de uma recarga.
Com o apelido de “tijolão”, o PT-550 ainda tinha características físicas bastante robustas, com 22,8 centímetros e 348 gramas.
Para efeito de comparação, um smartphone atual costuma pesar algo em torno de 200 gramas ou menos.
Quanto custaria o Motorola PT-550 com a inflação?
Registros em relação ao preço do aparelho são relativamente desencontrados, especialmente por se tratar de uma época marcada pela hiperinflação e alterações na moeda nacional.
De qualquer forma, é possível afirmar que o produto chegou como um luxo para poucos. De acordo com informações da Agência Brasil em 2021, os preços de lançamento chegariam ao equivalente a R$ 15 mil no momento de publicação do texto — algo mais próximo de R$ 19 mil em valores de 2025.
No entanto, um anúncio de 1994 já mostrava o aparelho sendo vendido na mesma moeda utilizada atualmente, o Real.
Na época, ele custava R$ 488 — portanto, R$ 3.571 em valores atuais, segundo a conversão feita pela calculadora oficial do Banco Central e com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Vale lembrar que, na época, comprar o celular não era suficiente para aproveitar o que ele tinha a oferecer. Afinal, era necessário também adquirir uma linha telefônica, o que costumava ser um processo muito caro e demorado.
Nos anos 1990, ter uma linha de telefone era considerado um luxo, com preços que chegavam à casa dos milhares de reais — se já era difícil pagar para uma linha fixa, tornava-se algo ainda mais raro no caso de celulares como o PT-550.
Mesmo assim, filas de espera se formavam por meses, em um processo que seria amenizado apenas no final da década, com o início da privatização dos serviços de telefonia no Brasil em 1998. Tempo suficiente já tinha se passado para que outros celulares tornassem o PT-550 defasado, incluindo opções como os icônicos modelos da Nokia.
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