Fome ou insegurança alimentar? Entenda as diferenças e em quais casos se aplicam

Fome e insegurança alimentar são dois termos que frequentemente vêm à tona em contextos de crises humanitárias causadas por guerras, instabilidades econômicas ou desastres ambientais. Embora muitas vezes relacionados, tratam-se de conceitos distintos, que indicam situações diferentes quanto ao acesso a alimentos.

A principal medição dos níveis de fome e insegurança alimentar ao redor do mundo é feita por meio do relatório O Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo — desenvolvido pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) —, que apresenta estimativas coletadas ao longo de três anos.

Logo, compreender o significado específico desses termos é essencial para dimensionar corretamente o problema da escassez de alimentos no planeta.


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Insegurança alimentar e seus níveis

A FAO define a insegurança alimentar como a falta de acesso regular a alimentos em quantidade e qualidade adequadas para manter uma vida ativa e saudável.

“Essa condição pode ser decorrente da indisponibilidade de alimentos e/ou da falta de recursos para obtê-los”, aponta a FAO.

A insegurança alimentar é classificada em três níveis de gravidade:

  • Leve: quando há incerteza sobre a capacidade de obter alimentos no futuro próximo.
  • Moderada: caracteriza-se por uma redução significativa na variedade, qualidade e/ou quantidade de alimentos consumidos.
  • Grave: ocorre quando uma pessoa passa um dia inteiro ou mais sem se alimentar.

“Para alcançar um estado de segurança alimentar, é necessário ter acesso a alimentos — ou pelo menos aos meios de produzi-los — que sejam seguros, de qualidade e suficientes para garantir uma vida saudável para os indivíduos e suas famílias”, ressalta Dirce Marchioni, professora do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP, ao Jornal da USP.

Fome e insegurança alimentar
Insegurança alimentar pode ser leve, moderada ou grave (UNOCHA/Eve Sabbagh)

Definição de fome

Já a fome, segundo a FAO, é uma privação crônica de alimentos, que afeta a qualidade da dieta e interrompe os padrões alimentares considerados ideais para a saúde. É considerada sinônima de subalimentação.

Essa privação leva a uma sensação física dolorosa, causada pela ingestão insuficiente de energia proveniente dos alimentos. Quando essa insuficiência calórica se torna frequente, o desconforto evolui para um quadro crônico.

“A fome é um problema complexo, de raízes estruturais, e que necessita de políticas públicas eficazes para ser resolvido”, pontua Marchioni.

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