Ibovespa Futuro cai após alta da véspera; tarifas, Selic mantida e balanços no radar

O Ibovespa Futuro inicia a sessão desta quinta-feira (31) em baixa após a alta do índice à vista na véspera, refletindo ainda os desdobramentos das tarifas impostas pelos Estados Unidos ao Brasil, anunciadas na véspera, mas com exceções. A decisão do Banco Central de manter a Selic e a agenda de balanços corporativos também permanecem no radar dos investidores. Às 9h03, o contrato com vencimento em agosto recuava 0,51%, aos 133.870 pontos.

Oportunidade na renda fixa internacional: acesse gratuitamente a seleção mensal da XP para investir em moeda forte

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou em nota na véspera que a motivação política do governo dos EUA para a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros atenta contra a soberania nacional.

Enquanto isso, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, reuniu-se na quarta-feira em Washington com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, pela primeira vez desde o início do governo de Donald Trump, para tratar das tarifas.

Trump impôs a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros para combater o que ele chamou de “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, mas suavizou o golpe ao excluir setores como aeronaves, energia e suco de laranja das taxas mais pesadas.

Já no fim do dia, o Banco Central decidiu interromper o ciclo de alta nos juros ao manter a Selic em 15% ao ano, e ressaltou que antecipa uma manutenção da taxa por período bastante prolongado, também pregando cautela diante de incertezas geradas pela tarifa dos EUA sobre produtos brasileiros.

Na pauta desta quinta-feira, balanços corporativos ficam no radar. A Ambev (ABEV3) divulga seu resultado pela manhã seguido de teleconferência com analistas. Também fazem teleconferências Bradesco (BBDC4) e TIM (TIMS3). O fim do dia terá balanços de Vale (VALE3), CSN (CSNA3), Gerdau (GGBR4) e Marcopolo (POMO4).

No exterior, investidores acompanham dados dos EUA sobre o índice de preços PCE e pedidos de auxílio-desemprego depois de o Federal Reserve ter mantido os juros na véspera em uma votação por 9 a 2.

Em Wall Street, o Dow Jones Futuro avançava 0,21%, o S&P Futuro subia 0,87% e o Nasdaq Futuro tinha alta de 1,21%.

Ibovespa, dólar e mercado externo

O dólar à vista recuava 0,34%, cotado a R$ 5,572 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento recuava 0,21%, aos 5.569 pontos.

Os mercados da Ásia-Pacífico fecharam com baixa em sua maioria, enquanto os investidores avaliavam a decisão do Banco do Japão de manter as taxas de juros de curto prazo em 0,5% pela quarta vez consecutiva, em linha com as expectativas.

Os investidores também estão avaliando as tarifas gerais de 15% dos EUA sobre as importações da Coreia do Sul e taxas de 25% sobre as importações da Índia, juntamente com uma “penalidade” não especificada.

A atividade industrial da China deteriorou-se inesperadamente em julho, atingindo o menor nível em três meses, apesar da trégua tarifária com os EUA, à medida que surgem os primeiros sinais de que as exportações estão diminuindo e a fraca demanda interna persiste.

Os mercados europeus operam em alta, com lucros positivos impulsionando o otimismo em relação à resiliência dos lucros corporativos. O índice Stoxx Europe 600 subiu 0,4%, liderado pela Shell, que apresentou lucros acima do esperado, e pela Rolls-Royce Holdings, que elevou sua perspectiva para o ano em meio a economias.

O petróleo opera perto da estabilidade nesta quinta-feira, após encerrar a sessão anterior no nível mais alto em quase seis semanas, em meio a ameaças do presidente Donald Trump de penalizar a Índia por comprar petróleo bruto da Rússia e ao endurecimento das sanções dos EUA contra o fornecimento do Irã.

As cotações do minério de ferro na China fecharam em queda.

(Com Reuters)

infomoney.com.br/">InfoMoney.