Oruam se torna réu e tem prisão preventiva decretada pela Justiça

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O rapper Oruam, filho de Marcinho VP conhecido líder da facção criminosa Comando Vermelho  foi formalmente acusado de tentativa de homicídio qualificado contra dois agentes da Polícia Civil do Rio de Janeiro.

A decisão, proferida pela juíza Tula Correa de Mello, também determina a prisão preventiva do artista, que já está detido desde o dia 22 deste mês.

De acordo com a denúncia apresentada pelo Ministério Público, Oruam e um comparsa, identificado como Willyam Matheus Vianna Rodrigues Vieira, teriam tentado impedir uma ação da polícia que visava cumprir um mandado de busca e apreensão contra um menor de idade envolvido em atividades criminosas. O adolescente em questão estaria a caminho da residência de Oruam quando os agentes conseguiram localizá-lo.

Durante a abordagem, os policiais foram surpreendidos com uma reação violenta. Oruam e Willyam teriam arremessado pedras contra os agentes, uma delas pesando aproximadamente quatro quilos. O delegado Moyses Santana Gomes foi atingido nas costas e no calcanhar. O agente Alexandre Alves Ferraz também foi alvo dos ataques.

A juíza, ao acatar a denúncia, destacou a gravidade dos fatos, especialmente pelo fato de que Oruam teria tentado atrair os policiais para uma área considerada de alto risco, o Complexo da Penha, dominada por facções criminosas.

Em vídeos divulgados nas redes sociais, o rapper chegou a desafiar abertamente os agentes de segurança, dizendo: “Vem aqui me pegar no Complexo”, o que reforçou a tese de premeditação e agravou a análise do caso.

Oruam: Filho de Marcinho VP teria atacado policiais civis durante operação

A postura de Oruam vem gerando debates sobre a responsabilidade de artistas que possuem grande influência entre o público jovem e se envolvem em situações que colocam em risco a integridade de agentes públicos. Apesar da gravidade da acusação, a equipe do cantor segue ativa nas redes sociais e confirmou o lançamento de seu novo álbum, “Liberdade Deluxe”, previsto para quinta-feira, 31 de julho.

O disco contará com 12 faixas inéditas, entre elas “Fogo na Cidade”, “Cabelo Vermelho”, “Cicatrizes da Guerra” e “Salmo 121”. A equipe do artista ainda não se manifestou oficialmente sobre a decisão judicial.

A repercussão do caso reacende o debate sobre os limites da liberdade artística e o envolvimento de personalidades públicas com o crime organizado. A Justiça, por sua vez, trata o episódio com o rigor necessário, avaliando que houve intenção clara de ferir agentes do Estado.

O processo segue em andamento, e o desfecho do caso pode representar um marco nas discussões entre cultura urbana, segurança pública e justiça criminal no Brasil.