Seus olhos ardem e a vista embaça no fim do dia? Pode ser essa síndrome


Olhos ardendo, visão embaçada e dor de cabeça no fim do expediente? Esses incômodos podem não ser apenas sinal de cansaço ou estresse acumulado. Eles estão cada vez mais ligados ao uso excessivo de telas, como celulares, computadores e tablets – hábito comum na rotina de quem trabalha, estuda ou se diverte no ambiente digital. A chamada Síndrome da Visão de Computador (SVC), também conhecida como Cansaço Visual Digital, tem afetado milhões de pessoas em todo o mundo, muitas vezes sem que elas saibam do que realmente se trata.
Nesta matéria, o TechTudo explica detalhadamente o que é a SVC, quais são seus principais sintomas, quem está mais vulnerável e o que pode ser feito para aliviar ou prevenir o desconforto. Além disso, trazemos orientações práticas de especialistas, como a famosa regra 20-20-20 e ajustes simples no brilho da tela, postura e ambiente. A entrevista com o especialista esclarece dúvidas importantes e reforça quando é necessário procurar ajuda médica. Confira, nas linhas a seguir.
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Imagem ilustrativa de uma mulher sentindo cansaço visual após longas horas à frente do computador
Reprodução/FreePik
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Seus olhos ardem e a vista embaça no fim do dia? Pode ser essa síndrome
O TechTudo reuniu uma série de informações cruciais sobre a Síndrome da Visão de Computador . Sabia que ela pode mascarar problemas sérios de visão? A seguir, confira os tópicos que serão abordados neste guia.
Você já sentiu esses sintomas?
O que é a SVC?
Quem é mais afetado?
Como evitar ou aliviar os sintomas?
Quando procurar um oftalmologista?
1. Você já sentiu esses sintomas?
Ao final do dia, esses sintomas são recorrentes: olhos ardendo, visão embaçada e dor de cabeça. Para muitos, isso é sinal de cansaço – mas, na realidade, pode indicar um problema real e amplamente reconhecido: a Síndrome da Visão de Computador (SVC), também conhecida como Cansaço Visual Digital.
Em uma sociedade hiperconectada, o excesso de tempo em frente a celulares, computadores e tablets gera uma onda silenciosa de desconforto visual que afeta milhões de pessoas em todo o mundo e o pior: ela não faz distinção de idade.
Pessoa que trabalha em casa à noite com computador
Reprodução/FreePik
Embora muitas vezes confundida com fadiga comum, a SVC representa um conjunto de sintomas específicos e recorrentes provocados pelo uso prolongado de telas. Usuários que trabalham em escritórios – lidando com textos do Microsoft Word e planilhas do Microsoft Excel; alunos que estudam online – por meio de gadgets eletrônicos ou até mesmo crianças, em um momento de lazer, jogando seus jogos favoritos, tendem a experienciar esses sintomas simplesmente por não fazer pausas adequadas ou ajustes ergonômicos no ambiente. O alerta é sério: os olhos podem não estar doentes, mas estão claramente sobrecarregados.
2. O que é a SVC?
A Síndrome da Visão de Computador é uma condição reconhecida por entidades como a American Academy of Ophthalmology e o Conselho Brasileiro de Oftalmologia. O termo foi cunhado por especialistas para descrever os efeitos visuais e oculares causados pela exposição intensa a dispositivos digitais. O esforço para focar em pixels e a redução da frequência de piscadas provocam uma série de sintomas incômodos, embora temporários.
Imagem ilustrativa de uma jovem com fadiga visual após longas horas trabalhando
Reprodução/FreePik
Segundo o oftalmologista Dr. Lucca Ortolan, doutor em oftalmologia pela USP, “nossos olhos se esforçam mais para focar em pixels, e piscamos menos, o que causa secura e irritação”. Ele alerta que, embora a síndrome não cause danos permanentes, o uso excessivo de telas, principalmente entre crianças e adolescentes, pode acelerar o avanço da miopia, uma preocupação crescente no mundo moderno.
3. Principais sintomas
Os sintomas da SVC podem afetar tanto a região ocular quanto outras partes do corpo. Entre os mais comuns estão: olhos secos, visão embaçada ou flutuante, ardência, sensação de areia nos olhos e fotofobia. Fora dos olhos, é comum sentir dores de cabeça, no pescoço, nos ombros e até fadiga muscular generalizada ao final do dia.
Dores de cabeça ou no pescoço são muitas vezes ignoradas e atribuídas a outras causas, sem que se perceba a ligação com o tempo de tela”, explica Dr. Ortolan.
Nesse contexto, a relação entre os sintomas e o uso excessivo de dispositivos digitais costuma ser subestimada. Muitos atribuem as dores a causas comuns, como tensão muscular ou enxaquecas, sem considerar o tempo prolongado diante das telas – o que pode atrasar o diagnóstico correto e impedir a adoção de medidas preventivas antes que o quadro se agrave.
4. Quem é mais afetado?
Embora qualquer pessoa que use dispositivos por muitas horas seguidas esteja vulnerável, alguns grupos são mais propensos. Profissionais que trabalham em frente ao computador o dia todo, gamers, estudantes em aulas online e usuários que usam o celular por longos períodos à noite estão entre os mais atingidos. Há relatos de pacientes que ficam até 16 horas por dia diante de uma tela. Veja o que acontece com seu corpo ao passar 8h no celular todos os dias.
Imagem ilustrativa de três crianças utilizando o computador como meio de descompressão
Reprodução/FreePik
Aqui, chegamos ao ponto crítico que combina o uso excessivo de telas e a imaturidade visual muito comum às crianças e adolescentes que, segundo o Dr. Ortolan, precisam de supervisão e orientações específicas.
Eles são mais vulneráveis porque seus olhos ainda estão em desenvolvimento e tendem a não perceber ou comunicar os sintomas, além do risco de miopia”. Explica Dr. Ortolan
5. Como evitar ou aliviar os sintomas?
Algumas mudanças simples na rotina podem fazer grande diferença. A primeira delas é adotar a regra 20-20-20: a cada 20 minutos de tela, olhar por 20 segundos para um ponto a seis metros de distância. Isso ajuda a relaxar a musculatura ocular e a prevenir a fadiga visual. Além disso, manter a tela a 50–60 cm de distância, com o topo levemente abaixo da linha dos olhos, melhora o conforto visual.
Para evitar os impactos negativos da luz azul na pele, utilize filtros de tela e mantenha os aparelhos distantes do rosto
Reprodução/Freepik
Outras dicas que podem ser cruciais, incluem ajustar o brilho da tela para que fique similar ao de uma folha de papel branco no ambiente, usar colírios lubrificantes sob orientação médica e garantir uma boa iluminação ambiente – em torno de 300 a 500 lux.
Monitores com frequência de atualização a partir de 75 Hz e lentes com filtro de luz azul também ajudam a reduzir o desconforto”, acrescenta Ortolan.
6. Quando procurar um oftalmologista?
Se os sintomas forem persistentes, frequentes ou atrapalharem atividades do dia a dia, é hora de procurar um oftalmologista. Embora a SVC não represente risco direto de cegueira, ela pode mascarar problemas mais sérios, como alterações refrativas não corrigidas ou doenças oculares pré-existentes. Além disso, a falta de diagnóstico adequado pode permitir a progressão de quadros como a miopia ou o agravamento do olho seco.
Imagem ilustrativa de um médico e paciente no consultório do oftalmologista
Reprodução/FreePik
“A SVC, por si só, não causa danos permanentes aos olhos; os sintomas são temporários e desaparecem ao parar o uso da tela”, explica o médico. No entanto, ele alerta:
“o momento de procurar ajuda médica é quando os sintomas persistem ou pioram — ou ainda, quando há histórico de doenças oculares que possam ser agravadas pelo esforço visual contínuo”.
A era digital transformou nossa forma de viver, trabalhar e nos comunicar – mas também impôs novos desafios à saúde visual. Saber identificar os sinais da SVC e agir precocemente é fundamental para proteger os olhos e preservar o bem-estar no dia a dia. Afinal, descansar os olhos é tão essencial quanto descansar o corpo.
Com informações de National Library of Medicine (1 e 2)
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