Morgan mantém preferência com cautela para Brasil e adiciona Argentina em ações da AL

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O Morgan Stanley atualizou seu portfólio modelo para a América Latina, com destaque para o aumento da exposição à Argentina, que passou a ter recomendação overweight (acima da média do mercado), junto com o Brasil, que segue como aposta principal na região.

Segundo o relatório, os mercados latino-americanos se beneficiaram dos fluxos globais de capital em 2025, impulsionados pela fraqueza do dólar e pela busca por diversificação. No entanto, o banco alerta que os fundamentos econômicos continuam fracos, com crescimento em desaceleração no Brasil e estagnação no México.

Brasil

Embora considere cedo para apostar em uma mudança de política econômica no Brasil, o Morgan Stanley mantém a estratégia “barbell”, equilibrando exposição entre serviços financeiros e o chamado “Texas Trade”, ações ligadas a energia, agro e parte de tecnologia.

No portfólio, o Morgan Stanley reforçou as posições em Klabin (KLBN11), do setor de celulose e papel, e a rede de joalheria Vivara (VIVA3). Por outro lado, retirou Usiminas (USIM5) da carteira e reduziu a exposição em Rumo (RAIL3) e Banco do Brasil (BBAS3).

Em outro relatório focado em Brasil, o Morgan ressalta que está overweight dentro da estratégia na América Latina, mas segue com cautela com os cíclicos do consumo doméstico.

O banco aponta que a situação fiscal do Brasil exige uma mudança de política para limitar os gastos, levando a um grande reequilíbrio de C&G (Consumo e Gasto do governo na equação do PIB) para X&I (Exportação e Investimento na equação do PIB).

Assim, reforça que Serviços Financeiros são a sua aposta preferida no Brasil, enquanto a exportação de petróleo e agricultura representam o melhor risco-recompensa, enquanto um dólar mais fraco fornece um impulso para a tese.

“No entanto, o menor crescimento global, devido a tarifas americanas mais altas do que o esperado e seus efeitos sobre os preços do petróleo e outras commodities
continuam sendo um risco fundamental. Energia e Agricultura continuam sendo os principais pilares da nossa tese de investimento no Brasil”, aponta.

Os estrategistas ressaltam que as ações brasileiras enfrentam um paradoxo com um recorde overweight dentro dos emergentes (participação de estrangeiros) e uma participação acionária doméstica próxima ao recorde de baixa.

Confira as ações brasileiras no portfólio de América Latina:

Ticker de Negociação Companhia Rating
NU.N Nubank Overweight
JBS.N JBS Overweight
XP.O XP Inc Overweight
PBR.N Petrobras Overweight
ELET3.SA Eletrobras Overweight
SLCE3.SA SLC Overweight
MELI.O MercadoLibre Overweight
SBSP3.SA Sabesp Overweight
BPAC11.SA BTG Pactual Overweight
ITUB3.SA Itau Unibanco Overweight
BBAS3.SA Banco do Brasil Overweight
ERJ.N Embraer Overweight
VIVA3.SA Vivara Overweight
MOTV3.SA Motiva Equal-Weight
KLBN11.SA Klabin Overweight
B3SA3.SA B3 Overweight
GGBR4.SA Gerdau Overweight
RAIL3.SA Rumo Equal-Weight
IGTA11.SA Iguatemi Overweight
PRIO3.SA Petro Rio Overweight
BBDC3.SA Bradesco Overweight
VALE3.SA Vale Equal-Weight

Argentina

O Morgan aumentou a alocação na Argentina, com foco em ações do setor financeiro, incluindo a adição do banco Galicia. A aposta ocorre apesar dos riscos macro, com o banco enxergando oportunidades na reestruturação da economia e no avanço de reformas.

México

O México pode se beneficiar de acordos comerciais favoráveis, mas o risco político e regulatório associado à revisão do USMCA em 2026 (acordo comercial com EUA e Canadá) gera incertezas.

Segundo o Morgan Stanley, empresas mexicanas têm tido dificuldade para superar expectativas no 2T25, com crescimento fraco de receitas e custos elevados devido ao aumento dos salários reais. Há ainda preocupação com o setor elétrico, que segue com riscos estruturais.

No portfólio mexicano, o Morgan Stanley ampliou a alocação em Grupo México (GMEX), reduziu a exposição em Orbia e excluiu Alpek da carteira.

Chile

Apesar de considerar o Chile um candidato forte dentro da tese “Andean Spring” (Primavera Andina), o Morgan relata dificuldade em encontrar oportunidades concretas pelo lado microeconômico. Avaliações estão atrativas, a poupança está em alta e o risco político vem diminuindo antes das eleições de novembro de 2026, mas falta gatilho de valorização no curto prazo.

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