É consenso no mercado que o ciclo de alta de juros chegou ao fim, e a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que será divulgada nesta quarta-feira (30), deve ser a de manter a taxa Selic em 15%, aponta pesquisa XP com gestores de fundos.
Em meio a este cenário, os gestores trabalham com cautela frente ao mercado de juros e apostam na desvalorização do real e leve valorização das ações na Bolsa.
A pesquisa aponta que os gestores projetam um recuo da inflação com base na redução das pressões cambiais.
Até o fim do ano, o IPCA deve chegar em 5,07% – o que está linha com o Boletim Focus – e o PIB deve fechar em 2,35% – um pouco acima do Focus, de 2,23%.
Mercado de juros
Com a Selic em 15%, o posicionamento dos gestores no mercado de juros mostra divisão em posicionamentos Aplicado e Neutro (ambos em 46%) em especial em Juros Nominal e Real, o que indica divisão na decisão em manter investimentos na renda fixa atrelados aos juros.
Isso demonstra cautela frente ao cenário econômico atual, com incerteza frente ao tarifaço e ao andamento da economia como um todo, variáveis que vão interferir na decisão do Copom sobre quando começar os cortes nos juros.
Câmbio
O posicionamento das gestoras teve uma “mudança relevante” nos últimos meses, segundo o relatório da XP.
A pesquisa identificou um aumento expressivo nas posições vendidas, que foram de 33% em junho para 59% em julho, enquanto as posições compradas recuaram de 67% para 41%.
De acordo com o relatório, “o movimento sugere uma piora na percepção de curto prazo sobre a moeda brasileira, muito atrelado ao pano de fundo desafiador.”
Para o dólar, houve um “redesenho tático”, com queda nas posições vendidas, de 95% em junho para 74% em julho, e avanço nas posições compradas, que foram de 5% para 26%.
Segundo a análise, a tese do dólar fraco não perdeu força totalmente, mas indica que os gestores estão reduzindo a exposição à moeda americana após forte performance no início do ano.
Risco global
O relatório aponta leve redução de risco no mercado local e aumento marginal no risco global. Isso reflete as incertezas dos gestores frente à redução da volatilidade dos ativos globais, aponta o documento.
A perspectiva negativa para a economia local caiu para 18%, ante 83% em janeiro. O posicionamento neutro está em 50%, avanço de 7 pontos percentuais.
Na economia global, observou-se um aumento marginal no posicionamento positivo, de 15% para 21% na comparação entre junho e julho, indicador que já foi de 3% em maio após o anúncio das tarifas.
Bolsas
Na Bolsa, destaque para um aumento marginal nas posições compradas no Brasil, que hoje é de 46%, com 29% dos gestores em posição neutra e 25% vendido, indicando um leve otimismo com a valorização das ações brasileiras.
O relatório aponta aumento marginal nas posições compradas em Bolsa Brasil, de 46% agora, ante 44% em junho e 42% em maio. Nos Estados Unidos e no Mundo (ex-EUA), o posicionamento neutro prevalece.
Fundos Multimercados
Nos fundos multimercados, o curto prazo se mostrou promissor, segundo o documento. O relatório aponta uma retomada da performance dessas estratégias, com desempenho acima do CDI.
Segundo o documento, “a consistência de retornos da Seleção de Multimercados da XP mostrou que é possível navegar com resiliência mesmo em períodos de alta volatilidade e aversão a risco”.
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