Venezuela à Deriva: Maduro Busca Reforma em Meio a Críticas e Tensão

Na Venezuela, a proclamação de Maduro como presidente reacendeu a polêmica sobre a legitimidade do processo eleitoral. Em meio a acusações de fraude e um clima crescente de tensão, o chefe de Estado agora volta suas atenções para uma possível reforma constitucional, embora os detalhes concretos dessa proposta ainda permaneçam um mistério para o público.

A oposição, liderada por María Corina Machado, tem sido vocal em suas críticas, classificando as eleições como fraudulentas e questionando a validade dos resultados. Essa reação da oposição adiciona mais uma camada de complexidade ao cenário político venezuelano, já marcado por divisões e desconfianças.

A Reação da Oposição e os Desdobramentos

Desde a eleição presidencial de 28 de julho, a oposição tem denunciado o que considera fraude no processo. Segundo eles, o candidato Edmundo González teria superado Maduro nas urnas, e cópias das atas foram divulgadas online como prova. No entanto, González vive atualmente no exílio, enquanto Machado permanece na clandestinidade, ambos defendendo o boicote às urnas.

O que aconteceu entre 28 de julho de 2024 e hoje? Naquele dia, 70% do país votou em Edmundo González e hoje, 90% disseram não a Maduro” – questionou Machado no X.

Enquanto isso, dissidentes da oposição lançaram suas próprias candidaturas e, de acordo com Maduro, conquistaram 50 prefeituras. O governo venezuelano rotula esse grupo como a “nova oposição”, enquanto Machado os acusa de colaborar com as regras impostas pelo regime.

Apesar de manterem alguns redutos tradicionais, a chamada nova oposição perdeu Maracaibo, um importante centro petrolífero do país, o que representa um golpe para seus esforços.

Repercussão Internacional e Clima de Tensão

Maduro planeja liderar um ato para celebrar o aniversário de sua proclamação, um evento que já foi rejeitado pelos Estados Unidos e por mais de dez países. Marco Rubio, chefe da diplomacia norte-americana, chegou a classificar o governo venezuelano como uma organização “narcoterrorista”.

Maduro não é o presidente da Venezuela, e seu regime não é um governo legítimo” – declarou Marco Rubio.

Ainda assim, Washington e Caracas mantêm um diálogo aberto, negociando a repatriação de imigrantes e uma recente troca de prisioneiros. No entanto, o clima na Venezuela permanece tenso, com relatos de prisões em massa durante protestos contra o resultado presidencial. A própria María Corina Machado expressou temores por sua segurança, dizendo que teme ser feita desaparecer caso seja capturada.