Se Arnold Schwarzenegger pudesse dar um conselho, certamente teria a ver com “ter um objetivo”. Ao menos essa foi a principal ideia que ele deixou a uma plateia lotada de investidores e empreendedores que se reuniram na noite da sexta-feira (25), na Expert XP 2025, evento dedicado ao mercado financeiro e a assessores da corretora.
Talvez o ator (e fisiculturista e político) seja a pessoa apropriada para falar sobre atingir os próprios: após conquistar como atleta sete títulos de Mr. Olympia na década de 1970, se tornou uma das principais estrelas da era de filmes de ação em Hollywood. Tudo isso para, em 2003, se tornar governador do estado da Califórnia.
“Eu não tenho uma carreira favorita. Aos 15 anos, o mais importante era ser o homem mais musculoso do mundo. Não estava interessado em ser um grande ator ou um governador”, disse Schwarzenegger à plateia. “Quando fiz 30, me questiono o porque de estar fazendo isso. Depois de tantos títulos, eu penso que quero ir para a atuação, então estar no show business se tornou a coisa mais importante para mim. Nos anos 2000, eu disse a mim mesmo: ‘A Califórnia tem problemas, tenho que concorrer a governador’.”
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Ele defende que, mais que princípios, é importante ter objetivos. Em uma hora de palco, Schwarzenegger reforçou o princípio de “ver, acreditar e conquistar” diversas vezes. Para o ex-governador, é mais fácil passar pela vida quando se tem um sonho. É um dos motivos de ele acreditar que não é uma pessoa disciplinada: “Disciplina significa que você odeia fazer algo mas quer fazer de qualquer jeito”.
Não é à toa que o ator tenha desfrutado tanto o período em que disputou as principais bilheterias do cinema de “brucutus” dos 1980 com o ator Sylvester Stallone. “Eu queria ser o primeiro em bilheteria e um filme do Stallone fazia mais sucesso”, conta. Então, ele e o amigo passaram a disputar, filme a filme, quem fazia o maior blockbuster, quem tinha menos gordura corporal, e até quem fazia — em tela — mais vítimas.
Lidando com as crises
As crises enfrentadas por Schwarzenegger quando governou pelo partido Republicano o estado da Califórnia de 2003 a 2011 serviram para aprender os efeitos construtivos que as crises podem gerar.
“Quando era governador, ficava apagando incêndios o tempo todo. É como é”, afirmou. “Eu usei aquelas crises para unir as pessoas. Fui muito criativo, porque Republicanos e Democratas estavam sempre brigando, como aqui”, conta em relação ao Brasil. Ele avalia que a unidade entre os dois partidos americanos em alguns momentos de sua gestão foi o que causou conquistas ambientais, econômicas e de infraestrutura.
Uma anedota explica o perfil do ex-governador. Apreciador de charutos, o ex-governador não podia, por lei, fumar dentro do Capitólio da Califórnia. Ele pediu para que uma “tenda de fumantes” fosse levantada no Átrio. Acontece que rapidamente o governador passou a receber ligações de congressistas que também queriam usar a sala para fazer o mesmo.
“Então começamos a ter reuniões regulares na tenda, onde podíamos ser totalmente honestos uns com os outros. Não era oficial de verdade. Ninguém estava gravando nada e estávamos tendo discussões, conseguimos fazer muita coisa por causa desta tenda” disse em tom de bom humor.
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