A inteligência artificial (IA) já transforma o dia a dia de pessoas e empresas — seja otimizando processos, organizando informações ou criando novos modelos de negócio. Nesta sexta-feira (25), quem esteve na Expert XP 2025 pôde ouvir diretamente de executivos brasileiros da Qualcomm e da Dell — duas referências globais no setor — o que está sendo feito com a tecnologia e o que ainda está por vir.
O cenário descrito pelos executivos parece saído de um roteiro de ficção científica: robôs que recebem encomendas, carros que falam e IA poliglota no serviço público. “A gente ainda está no começo da IA, mas já tem muita coisa acontecendo e ganhando escala”, disse Cristiano Amon, CEO da Qualcomm. “Estamos 100% envolvidos com isso”, afirmou Luis Gonçalves, presidente da Dell para a América Latina.
Amon destacou que um dos pontos fundamentais da IA hoje é que o computador consegue compreender a linguagem humana — não apenas por voz, mas também por texto e imagem. Isso, segundo ele, marca o início da era da IA pessoal, com dispositivos capazes de processar inteligência artificial localmente e interagir com o usuário de forma natural, como em uma conversa entre pessoas.
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“É uma das maiores mudanças no ciclo de interface com o usuário. A IA é a nova interface”, afirmou. E isso abre espaço para uma série de inovações — algumas já em andamento.
O empresário prevê, por exemplo, que em breve os carros poderão conversar diretamente com as pessoas, lembrando compromissos ou mesmo telefonando para alguém. Aplicativos, como os de bancos, também poderão interagir diretamente com os usuários, sem a necessidade de apertar botões, como é feito hoje.
IA “física”
Outro ponto destacado por Amon é a “IA física”, que avança junto com a robótica. Ele contou que um cliente da empresa estava treinando um robô para manipular pacotes de encomenda, virando-os para que o código de barras ficasse visível para leitura. Quando o pacote estava amassado ou enrolado, o robô utilizava um braço mecânico para ajustá-lo e garantir a leitura correta.
“O desenvolvimento da IA física — que combina sensores de máquinas com ações mecânicas — está promovendo uma transformação enorme”, disse.
Gonçalves, da Dell, falou sobre o uso da IA no serviço público. A empresa desenvolveu na cidade de Amarillo, no Texas, uma solução baseada em IA generativa que permite aos cidadãos conversar com os serviços públicos em sua própria língua, por meio de agentes virtuais. A população local é diversa, com falantes de várias línguas — incluindo comunidades do Oriente Médio, americanos e mexicanos — o que tornava o atendimento ainda mais complexo.
A combinação de conectividade de alta performance, computação de alto desempenho e inteligência artificial, segundo os especialistas, está revolucionando setores como energia, varejo e manufatura — e, naturalmente, a área de defesa também. Apesar de ser um tema polêmico, a IA vem sendo cada vez mais usada em conflitos. “A tendência é ter veículos autônomos, drones e robôs”, afirmou Amon.
Para os dois especialistas, a IA veio para ficar, e tanto empresas quanto profissionais precisam entender isso. “A principal característica é conseguir aprender e se adaptar ao mundo novo. E nisso o brasileiro é excepcional. É uma característica que está no DNA”, disse Gonçalves.
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