Chefe do ChatGPT afirma que essas 5 áreas serão transformadas pela IA


Ferramentas de inteligência artificial (IA) ganham cada vez mais espaço e devem impactar diretamente áreas como educação, saúde física e mental, economia e produção artística. Pelo menos é o que afirma Fidji Simo, novo CEO de Aplicações da OpenAI, que publicou um manifesto no blog oficial da empresa afirmando que a IA pode se tornar a maior fonte de empoderamento já criada. Segundo ele, o foco da companhia será desenvolver experiências práticas e acessíveis para o cotidiano das pessoas, indo além da melhoria dos modelos técnicos.
Embora o potencial da tecnologia já esteja presente em diversas soluções, a visão de Simo pode ser considerada otimista por parte de especialistas. Estudos recentes destacam que, quando se trata de inteligência artificial, ainda existem desafios importantes relacionados a ética, reprodução de vieses, direitos autorais e segurança. A seguir, veja como a OpenAI pretende atuar em cinco áreas prioritárias do cotidiano e o que dizem os especialistas sobre os riscos envolvidos.
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OpenAI aponta cinco áreas como prioridades para desenvolvimento de inteligência artificial; saiba quais
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Educação
A inteligência artificial pode ser utilizada como uma ferramenta de apoio à aprendizagem, oferecendo explicações de temas complexos em linguagem simples e adaptando-se ao ritmo e ao nível de compreensão de cada usuário. Segundo uma pesquisa da OpenAI realizada em 2024, 90% dos usuários relataram que o ChatGPT ajudou a entender melhor conceitos considerados difíceis. Para Simo, esse tipo de tecnologia pode contribuir para reduzir desigualdades no acesso ao conhecimento, ampliando as possibilidades de aprendizado para públicos que enfrentam barreiras econômicas, educacionais ou geográficas.
IA pode auxiliar no aprendizado e autonomia dos usuários
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Vale lembrar, no entanto, que ainda há ressalvas sobre o assunto. A Unesco, por exemplo, já recomenda que escolas e universidades priorizem o desenvolvimento de competências humanas, como raciocínio lógico e colaboração, acima da automação.
Saúde
A inteligência artificial também pode ser uma aliada no entendimento de informações médicas, ajudando pacientes a interpretar resultados de exames, compreender termos técnicos e avaliar diferentes opções de tratamento de forma clara e acessível. Embora não substitua o acompanhamento profissional, a tecnologia pode oferecer suporte importante, dando mais autonomia às pessoas no cuidado com a própria saúde.
O uso da IA não se limita ao ambiente clínico, podendo auxiliar na melhoria de fatores que influenciam a saúde, como alimentação, sono, atividade física e controle do estresse. Para o novo CEO da OpenAI, a tecnologia é uma ferramenta promissora não somente para diagnósticos e pesquisas, mas também para a promoção de bem-estar a longo prazo.
Soluções de IA para saúde trazem muitos avanços, mas exigem cautela
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No entanto, embora também reconheça o potencial da IA na prestação de atenção à saúde e medicamentos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que é preciso cautela ao adotar essas soluções. Um relatório recente da entidade apontou riscos como uso indevido de dados, viés algorítmico, impactos à segurança do paciente e desigualdade no desempenho entre países ricos e pobres.
Expressão criativa
Ainda segundo o líder da OpenAI, a IA também pode ajudar a democratizar a criatividade, permitindo que usuários produzam imagens, textos ou músicas a partir de suas ideias, mesmo sem uma formação técnica tão especializada. Ferramentas como geradores de imagem e assistentes de escrita dão suporte para que mais pessoas consigam se expressar artisticamente.
De acordo com Simo, dados recentes apontam que quase um terço dos jovens da Geração Z já relatou que a IA os ajudou a se expressar de maneiras que antes pareciam inacessíveis. A IA também é descrita como forma de complementar o processo criativo, facilitando visualizar e testar ideias antes de levá-las ao formato final.
IA permite que usuários criem imagens, vídeos e outras peças mesmo sem conhecimento técnico
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Apesar desse potencial, especialistas destacam preocupações relacionadas a direitos autorais, originalidade e impacto sobre o trabalho de artistas. Segundo instituições como a WIPO (Organização Mundial da Propriedade Intelectual), modelos de IA generativa podem ser treinados com obras protegidas por copyright sem o devido consentimento, levantando questionamentos éticos e legais.
Gestão de negócios
Simo acredita que, com a ajuda da IA, mais pessoas podem abrir negócios, desenvolver produtos e encontrar novas formas de renda. A tecnologia poderia auxiliar na redução de barreiras como o custo inicial, a necessidade de conhecimento técnico e o acesso a capital, auxiliando quem deseja transformar ideias em fontes de renda, mesmo sem experiência técnica. Segundo um relatório da Shopify de 2024, empreendedores que utilizam IA conseguem lançar seus negócios 70% mais rápido.
IA pode ajudar a organizar as finanças e a montar novos negócios
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Por outro lado, estudiosos alertam que a automação também pode acentuar desigualdades no mercado de trabalho. Segundo a OCDE, a adoção de IA tende a beneficiar inicialmente profissionais mais qualificados e empresas com maior acesso a recursos, enquanto trabalhadores com menor escolaridade correm mais risco de substituição. Além disso, sem políticas públicas adequadas, o avanço da IA pode concentrar renda e oportunidades em vez de distribuí-las de forma mais justa.
Gestão de tarefas e apoio psicológico
A IA também pode agir como uma assistente pessoal acessível, ajudando a planejar tarefas, otimizar rotinas e economizar horas valiosas da semana. Mais do que produtividade, a tecnologia também pode oferecer apoio emocional. Muitas pessoas já usam o ChatGPT para lidar com questões pessoais, organizar pensamentos ou se preparar para conversas difíceis. Para Simo, a tecnologia pode ser uma companheira que acolhe, orienta e ajuda as pessoas a se entenderem melhor.
Chatbots de terapia estão em ascensão, mas geram dúvidas sobre os limites técnicos e éticos da IA
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Apesar do uso crescente da IA para suporte emocional, no entanto, especialistas em saúde mental alertam que esses sistemas não substituem o acompanhamento profissional. Um estudo da Universidade de Stanford identificou que alguns chatbots podem oferecer respostas inadequadas ou até perigosas em situações complexas. Além disso, a ausência de empatia real, compreensão contextual e responsabilidade clínica torna o uso da IA arriscado quando não há supervisão ou critérios claros de uso.
Com informações de OpenAI, Tech Radar, g1, Unesco e OCDE
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