O consórcio, tradicionalmente visto como uma opção para quem não tem acesso a crédito, está ganhando novo protagonismo no mercado financeiro.
Durante painel na Expert XP 2025, Marcelo Mascaretti, diretor comercial da CNP, Lair Ferreira, gerente de negócios da CNP, e Rainier Tamborim, planejador patrimonial e empresarial da área de Inside Sales Consórcio da XP, revelaram como essa modalidade pode ser uma poderosa ferramenta de diversificação e planejamento patrimonial para investidores que já possuem recursos financeiros, abrindo caminho para estratégias mais sofisticadas e rentáveis.
Segundo os especialistas, o produto passou por uma transformação significativa ao longo dos anos. Inicialmente, era voltado para pessoas sem recursos financeiros, principalmente para a aquisição de veículos. Hoje, o consórcio se sofisticou e ampliou suas finalidades, incluindo imóveis e serviços.
Mascaretti destacou que o produto pode ser usado para otimizar o patrimônio, permitindo que o investidor diversifique seus negócios e até entre no mercado imobiliário sem imobilizar recursos. Segundo ele, “se o cliente for contemplado, pode aplicar o valor, sendo remunerado a uma taxa próxima ao CDI, comprar um imóvel para alugar — pagando parte da parcela do consórcio com o aluguel — ou trocar de imóvel, substituindo o financiamento”.
Uma das principais vantagens do consórcio é a parcela geralmente baixa, que não aperta o orçamento do cliente. Segundo Ferreira, “o assessor pode orientar o uso de parte da rentabilidade de um cliente capitalizado, que já possui imóvel, para alocar em parcelas de consórcio como parte de um planejamento de médio e longo prazo”.
Mascaretti também ressaltou que o consórcio permite ao investidor se estruturar para compras futuras, como presentear um filho ainda pequeno com um imóvel. Ele comentou ainda que empresas podem usar o consórcio para renovar ativos, perguntando: “De quanto em quanto tempo você troca de caminhão na sua empresa? Você trabalha o consórcio como ferramenta para esse tipo de situação?”.
“Ferramenta de poupança poderosa”
Rainier Tamborim destacou que o consórcio não possui taxa de juros, apenas taxa de administração, o que o torna um produto atrativo para compras planejadas. “O consórcio é voltado para uma compra planejada. Ele não tem taxa de juros, apenas taxa de administração”, explicou.
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Ele ressaltou a flexibilidade do consórcio para diversas finalidades, desde aquisição de bens até serviços. Tamborim também apontou um aspecto comportamental importante: “O brasileiro tem dificuldade de poupar, e o consórcio é uma ferramenta de poupança muito poderosa”.
Para ele, o consórcio continuará crescendo independentemente da taxa Selic. “Em qualquer ambiente neste país, o consórcio vai sempre prosperar (…) vai continuar crescendo independente da Selic”, afirmou.
Diversificação
Segundo os painelistas, o mercado de consórcio é grande — cresce em média 10% ao ano e movimenta cerca de 6% do PIB brasileiro —, mas ainda tem espaço para expansão, especialmente em um cenário em que o financiamento tradicional pode sofrer retração. A projeção para 2025 é de queda de 20% no financiamento, o que pode direcionar mais clientes para o consórcio.
Os especialistas enfatizaram que a eficiência do consórcio está no tempo e no planejamento, não apenas nas condições momentâneas da economia. A ferramenta é vista como uma alternativa sólida para quem deseja diversificar investimentos, planejar aquisições futuras e manter flexibilidade financeira.
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