Investigado pelo STF, Marcos do Val vai aos EUA com passaporte bloqueado, diz portal

O senador Marcos do Val (Podemos-ES), alvo de investigações no Supremo Tribunal Federal (STF), está em Miami, nos Estados Unidos, mesmo após decisão da Corte que determinou o bloqueio de seus passaportes, incluindo o diplomático.

A presença do parlamentar em território norte-americano foi confirmada pelo UOL, com base em dados da alfândega dos EUA.

Segundo relatos, Do Val embarcou em um voo partindo de Manaus com destino aos EUA. Durante o trajeto, teria sido reconhecido e apresentado um passaporte vermelho, documento característico de parlamentares e diplomatas. O STF, porém, já havia negado por unanimidade um recurso do senador que tentava reaver o documento.

O próprio senador confirmou ao portal que está nos EUA e classificou como ilegal a decisão de Alexandre de Moraes, que determinou o bloqueio de seus documentos em 2023. Ele afirma que não foi condenado, tampouco teve o mandato cassado, e portanto não poderia ser impedido de viajar.

“Se tinha um bloqueio, como é que eu saí? Tem que perguntar pra Polícia Federal. Ligue para a Polícia Federal e pergunte. Isso vai mostrar que Alexandre está derrotado. A decisão é ilegal”, afirmou Do Val.

Em nota, o parlamentar reiterou que está com “toda a documentação diplomática e consular plenamente regular”. Ele afirma que o passaporte diplomático é válido até julho de 2027 e o visto oficial de entrada nos EUA, renovado recentemente, tem validade até 2035.

Do Val ainda afirma ter comunicado “todas as autoridades de direito” sobre sua viagem e que não há decisão judicial válida que restrinja sua liberdade de locomoção.

Tentativa de golpe

O senador é investigado no STF por uma série de crimes ligados à trama golpista de 2022, entre eles: divulgação de documento confidencial, associação criminosa, golpe de Estado, abolição violenta do Estado democrático de Direito e organização criminosa.

Embora não tenha sido alvo de prisão, Do Val teve os passaportes apreendidos por ordem de Moraes, como medida cautelar. A decisão foi mantida pelo plenário do STF, que rejeitou por unanimidade um recurso apresentado pela defesa em março deste ano.

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