Por que o Xbox Game Pass não cresce como o esperado? Analista explica

Desde a aquisição da Activision Blizzard, a divisão de games da Microsoft tem colecionado decisões polêmicas, como levar seus principais jogos ao PlayStation 5 e aumentar os preços de seu serviço de assinatura carro-chefe, o Xbox Game Pass. A estratégia da marca tornou-se bastante imprevisível e, de acordo com o analista Michael Patcher, isso estaria estaria limitando o crescimento do Game Pass.

No ano passado, Patcher projetou que o Xbox Game Pass acumularia 200 milhões de assinantes até 2034, uma previsão que supera até mesmo as expectativas da própria Microsoft — que eram de 100 milhões de assinantes para o serviço até 2030, conforme divulgado durante o processo de aquisição da Activision Blizzard. Contudo, parece que o analista recuou em sua projeção após o que ele considera serem decisões equivocadas da Microsoft.

De acordo com Patcher, um dos motivos para a limitação do crescimento do Xbox Game Pass é que a divisão “mordeu mais do que podia mastigar”, ao adquirir mais de 15 estúdios em menos de três anos com as compras da ZeniMax Media e da Activision Blizzard. Segundo ele, a aquisição da última foi um ponto de ruptura para a marca, mesmo sendo uma subsidiária lucrativa e que traz bons números.


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O analista ainda argumenta que a Microsoft aumentou os preços dos planos do Xbox Game Pass sem adicionar conteúdo proporcional e que a empresa “continua fazendo jogos como se ainda vendesse para um mercado enorme de consoles”.

“Antes, [o Xbox Game Pass] era bem mais barato. No PC, ele continua custando US$ 10, mas no console estava por volta dos US$ 15, e eles subiram para US$ 20. E não aumentaram de forma significativa a quantidade de conteúdo. O que isso causou foi que as pessoas deixaram de comprar o Xbox, assinaram o Game Pass só para jogar Call of Duty, jogaram ‘de graça’ e cancelaram depois”, afirmou Patcher.

Os comentários de Michael Patcher surgem pouco depois de a Microsoft realizar uma de suas maiores demissões em massaem todo o mundo: “As demissões são terríveis. Afetam as famílias e os trabalhadores. Continua sendo uma indústria péssima para conseguir emprego. Se alguém novo me dissesse ‘quero muito entrar na indústria de games’, eu tentaria convencer a pessoa a desistir. O modelo tem que mudar para funcionar”.

Gastos com assinaturas como o Xbox Game Pass crescem nos EUA

Apesar do cenário pessimista para a estratégia de jogos da Microsoft, os serviços de assinatura seguem batendo recordes históricos nos Estados Unidos.

Aquisição da Activision Blizzard ainda causa controvérsias entre analistas (Imagem: Divulgação/Microsoft)

De acordo com o diretor da empresa de dados Circana, Mat Piscatella, os gastos com assinaturas de videogames não mobile, incluindo o Xbox Game Pass, atingiram um novo recorde mensal, superando o de maio de 2025.

O cenário pode ser consequência dos aumentos significativos de preços dos jogos por várias companhias. Entre elas estão a Sony, que aumentou significativamente o valor dos títulos para PS4 e PS5, e a Nintendo, a primeira a anunciar a precificação de seus grandes lançamentos em US$ 80. A Microsoft também declarou que adotaria o novo valor para seus jogos AAA, mas voltou atrás e deve lançar seus títulos de fim de ano, como The Outer Worlds 2, por US$ 69,99.

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