Luísa Sonza celebra 27 anos com uma trajetória que parece ter décadas a mais. Desde os primeiros passos nos palcos de festivais infantis até os holofotes internacionais, a gaúcha de Tuparendi não apenas acompanhou a transformação do pop brasileiro — ela ajudou a moldá-lo.
Aos 27, Luísa Sonza tem no currículo uma coleção invejável de sucessos, colaborações estreladas e álbuns que desafiam rótulos. Mas tudo começou de forma despretensiosa: em 2014, os vídeos de covers postados em seu canal no YouTube começaram a viralizar. A voz potente e o carisma imediato chamaram a atenção de um público que crescia à medida que a artista se reinventava.
Em 2017, veio o contrato com a Universal Music. Foi o início da era das composições próprias e das parcerias de peso, como “Não Preciso de Você pra Nada” com Luan Santana, além do contagiante “Rebolar”. O EP homônimo lançado no mesmo ano mostrou uma artista com identidade visual marcante e domínio absoluto do pop nacional.
No ano seguinte, Luísa cravou seu nome na teledramaturgia ao emplacar a poderosa “Nunca Foi Sorte” na trilha de O Sétimo Guardião. A faixa denunciava o machismo e virou hino de empoderamento feminino — tema recorrente em sua obra.
A explosão veio com Pandora, álbum de 2019, onde brilhou ao lado de Pabllo Vittar no sucesso “Garupa”. A essa altura, Sonza já era um dos nomes mais influentes da nova geração da música brasileira, misturando sensualidade, crítica social e versatilidade sonora.
O passo seguinte? Doce 22, de 2021, um mergulho profundo em suas próprias vulnerabilidades. O disco mostrou um lado mais íntimo da artista, com influências de R&B, trap e letras confessionais. O resultado foi um álbum maduro e emocionalmente denso — exatamente como Luísa queria.
Mas foi com Escândalo Íntimo, de 2023, que ela quebrou fronteiras. O projeto conceitual levou Sonza ao Top 30 Global do Spotify, graças a faixas como “Chico”, que desbancaram gigantes como Travis Scott, The Weeknd, Miley Cyrus e até Taylor Swift. Com esse álbum, ela deixou claro: não está aqui apenas para fazer hits — está aqui para marcar época.
Entre seus maiores sucessos no YouTube estão “Modo Turbo” (com Anitta e Pabllo Vittar), “penhasco.”, “BRABA” e “melhor sozinha :-)-:” com Marília Mendonça. Cada uma dessas faixas é um capítulo da história de uma artista que, aos 27 anos, já tem a intensidade e a relevância de uma veterana.
Luísa Sonza encerra era “Escândalo Íntimo” e some dos holofotes
Luísa Sonza virou a página. Após mais de um ano vivendo intensamente a era Escândalo Íntimo, a cantora encerrou oficialmente esse ciclo com sua primeira turnê solo pelos Estados Unidos, entre os dias 4 e 21 deste mês. Com shows esgotados e até mudanças para venues maiores, a artista celebrou o feito e, logo em seguida, anunciou: é hora de respirar — e criar.
Três dias depois da última apresentação, Luísa publicou uma sequência de fotos no Instagram com a legenda curta e direta: “Byebye”. Entre os registros, um clique no estúdio acendeu o alerta dos fãs sobre o tão esperado quarto álbum de inéditas, carinhosamente apelidado de “LS4”. Mas quem esperava novidades em breve pode tirar o cavalinho da chuva. “Já aviso que vai demorar”, avisou a cantora, sinalizando uma pausa estratégica para focar na nova fase.
Desde o sucesso de Escândalo Íntimo, lançado em agosto de 2023, a artista colheu resultados expressivos: indicações ao Latin GRAMMY, feats com nomes internacionais como Demi Lovato e Joe Jonas, versões em inglês e espanhol para hits nacionais, além de uma série documental, filme, edição deluxe e uma turnê que reforçou seu potencial como performer global. O disco, aclamado por público e crítica, também representou uma exposição intensa de sua vida pessoal — algo que ela, agora, quer balancear com mais tempo de maturação artística.
“Escândalo Íntimo foi feito muito rápido. Apesar de ter sido um processo incrível, foi também muito doloroso. Agora, quero mais calma”, disse Luísa em recente coletiva, ao explicar que o LS4 será desenvolvido sem pressa, com foco em expandir ainda mais sua carreira internacional. “Tem muita coisa que já estou fazendo, mas que não é pra agora. Quero que aconteça de forma natural, sem me afobar.”
Em outubro passado, a artista voltou a Los Angeles para retomar as sessões em estúdio com produtores de peso como NJOMZA, Tommy Brown, Ariana Wong e Douglas Moda — alguns deles também participaram da concepção de Escândalo Íntimo, que inclui faixas como “Penhasco2” e “Sagrado Profano”.