A Activision é considerada por muitos a primeira desenvolvedora third-party da indústria, criada após um grupo de programadores deixar a Atari para produzir seus próprios jogos. Fundada em 1979 por David Crane, Larry Kaplan, Alan Miller e Bob Whitehead, a empresa deu o pontapé inicial para que outros estúdios seguissem o mesmo caminho, tornando-se uma das companhias mais importantes até hoje.
Com 45 anos de existência, a Activision passou por altos e baixos: foi comprada duas vezes, adquiriu muitos estúdios — com destaque para a Blizzard — e agora pertence à Microsoft. Apesar de dedicar quase toda a sua força de trabalho global a Call of Duty atualmente, a companhia já produziu inúmeras outras franquias, autorais ou licenciadas, que acabaram ficando pelo caminho.
Pensando nessas séries deixadas na gaveta, o Canaltech resolveu reunir jogos e franquias completamente esquecidos pela dona de Call of Duty.
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9. Guitar Hero
Não é exagero dizer que Guitar Hero marcou uma geração inteira. Sua enorme popularidade o transformou em um ícone dos jogos de ritmo e fez com que ganhasse muitos concorrentes ao longo dos anos.
Mesmo fazendo muito sucesso com suas guitarras no PlayStation 2, a franquia entrou em um hiato que completa 10 anos em 2025. Muitos jogadores culpam a saturação de lançamentos para o aparente fim da IP, já que a franquia ganhou 17 jogos em apenas cinco anos.
O último título da série foi Guitar Hero Live, lançado em 2015 para a sétima e a oitava geração de consoles. Atualmente, mecânicas de ritmo semelhantes às daquela época foram incorporadas ao Fortnite Festival. Vale lembrar que a Epic Games adquiriu a Harmonix, uma das desenvolvedoras originais de Guitar Hero, para criar esse modo musical.
8. Blur
Saindo das guitarras e indo para os carros, Blur foi um jogo de corrida arcade lançado em 2010 e desenvolvido pela Bizarre Creations (de Project Gotham Racing). Aclamado até hoje, o título misturava danos visuais realistas com uma física de direção arcade, de forma semelhante ao que vemos na série Forza Horizon.
Apesar da popularidade e da boa recepção no PC, PlayStation 3 e Xbox 360, o jogo não vendeu bem, totalizando apenas 500 mil unidades. Como consequência, a Activision fechou a Bizarre Creations, o que resultou no cancelamento de uma sequência.
A série retornou três anos depois, mas não da forma que os fãs gostariam: com um spin-off gratuito para Android e iOS intitulado Blur: Overdrive.
7. Prototype
Outra franquia que nos deixou na sétima geração de consoles foi Prototype. O jogo de ação e aventura pós-apocalíptico apresentava Alex Mercer, um homem com a habilidade de absorver biomassa para mudar de forma e assumir a aparência de seus inimigos.
A sequência, Prototype 2, foi lançada em 2012 e se tornou o último título da propriedade intelectual. Embora tenha sido o jogo mais vendido no mês de seu lançamento, superando até mesmo Call of Duty: Modern Warfare 3, ele vendeu mal no período seguinte.
Isso resultou em demissões na desenvolvedora Radical Entertainment, que foi transformada em um estúdio de suporte e existe até hoje. Como consequência, Prototype 3 foi cancelado.
6. Singularity
Apesar de ser mais conhecida por seu trabalho em Call of Duty, a Raven Software também desenvolveu outras IPs, incluindo Singularity. Lançado em 2010, este FPS de ficção científica com elementos de terror trazia uma trama militar envolvendo viagem no tempo.
A trama de Singularity se passava em uma ilha desabitada, anteriormente controlada pela União Soviética, onde ondas eletromagnéticas distorciam o espaço-tempo e permitiam viagens no tempo.
O desenvolvimento de Singularity foi conturbado e gerou problemas para a Raven Software, que sofreu cortes na equipe devido a atrasos. No fim, o FPS ficou aquém do esperado em vendas e nunca mais viu a luz do dia.
5. Vigilante 8
Retornando aos jogos de carros, Vigilante 8 foi a tentativa da Activision de rivalizar com Twisted Metal, a famosa IP da Sony. Assim como seu nêmesis, o jogo envolvia destruição de veículos e foi lançado em 1998 para PlayStation, Nintendo 64 e Game Boy Color. O desenvolvimento do jogo nos consoles de mesa ficou a cargo da Luxoflux, estúdio que a Activision adquiriu em 2002 e fechou oito anos depois.
Vigilante 8 ganhou uma sequência conhecida como Vigilante 8: 2nd Offense, que, além das plataformas da Sony e da Nintendo, também chegou ao Dreamcast. Nove anos depois, o jogo original recebeu um remake intitulado Vigilante 8: Arcade, lançado exclusivamente para o Xbox 360 via Xbox Live Arcade. Desde então, não ouvimos mais falar da série.
4. TimeShift
E para quem pensava que a Activision tinha apenas uma IP sobre viagem no tempo, aqui vai outra. TimeShift foi um jogo de tiro desenvolvido pela Saber Interactive e publicado pela Vivendi (antiga dona da Activision) em 2007, para PC e para a sétima geração de consoles.
No jogo, precisávamos lidar com as consequências de um salto temporal que criou uma realidade alternativa perturbadora. Para isso, os jogadores podiam retardar, parar e reverter o fluxo do tempo. TimeShift também foi outro título que sofreu com atrasos em seu desenvolvimento.
Embora a Saber Interactive seja a desenvolvedora, é incerto se é ela ou a Activision que detém os direitos da IP. Quem poderá tirar essa franquia do limbo?
3. True Crime
Imagine jogar GTA, mas, em vez de controlar ladrões e membros de gangues, você acompanha a história pela perspectiva de um policial. Era assim que muitos descreviam a série True Crime. Apesar do sucesso estrondoso no PlayStation 2, a franquia foi abandonada após o fraco desempenho comercial do segundo jogo, True Crime: New York City, lançado em 2005.
Assim como Vigilante 8, o jogo foi desenvolvido pela Luxoflux e recebeu diversos ports, chegando até a dispositivos móveis.
2. Gun
Apesar de ter sumido do mapa após seu lançamento em 2005, Gun ainda é considerado um dos melhores jogos de faroeste já feitos. O título foi um dos responsáveis por traduzir para o 3D muitas mecânicas do gênero, como missões secundárias, caça, um mundo amplo para explorar e duelos de um contra um.
Gun foi lançado para PC, PlayStation 2, GameCube, Xbox e Xbox 360. Além disso, o título ganhou um port para o PSP intitulado Gun: Showdown.
1. Hexen/Heretic
Voltamos a falar da Raven Software com a série Heretic/Hexen, uma franquia que misturava o estilo boomer shooter de DOOM com elementos de RPG de fantasia sombria. Ela incluía mecânicas de classes, quebra-cabeças (puzzles) e uma forte narrativa. Embora faça parte do portfólio da Activision, a IP começou nas mãos da id Software (hoje, ambas as empresas pertencem à Microsoft).
A saga Heretic/Hexen teve quatro jogos no total, incluindo a trilogia Serpent Riders. O último lançamento da série foi Hexen II, de 1997, há quase 30 anos. Não é uma loucura pensar em um retorno da série, principalmente quando olhamos para Marathon, outro clássico de PC que deve voltar em breve, apesar das polêmica.
Jogos esquecidos pela Activision podem voltar um dia?
Embora não vejamos algumas das franquias listadas acima há muito tempo, a compra da Activision Blizzard King pela Microsoft pode ser um fio de esperança para, ao menos, termos acesso a esses jogos deixados no baú.
Isso porque todos eles podem ser integrados ao Xbox Game Pass, já que, até o momento, poucos títulos da empresa foram adicionados ao serviço.
De qualquer forma, estes foram os 9 jogos e/ou franquias esquecidas pela Activision:
- Hexen/Heretic (1997)
- Gun (2005)
- True Crime (2005)
- TimeShift (2007)
- Vigilante 8 (2008)
- Singularity (2010)
- Prototype (2012)
- Blur (2013)
- Guitar Hero (2015)
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