Nem todo mundo curtia matemática na escola. Mas, se você cresceu nos anos 90, é bem provável que tenha aprendido várias noções matemáticas brincando. Despretensiosamente, muitos brinquedos dos anos 90 ensinaram matemática por meio de conceitos como padrões, probabilidade, geometria, cálculo mental e até lógica espacial, fazendo com que as crianças da época desenvolvessem habilidades matemáticas de um jeito totalmente natural e divertido.
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1. Genius
O Genius era aquele brinquedo com quatro botões coloridos que acendiam em sequência. O jogador precisava repetir a sequência exata, que ficava cada vez mais longa. Por trás da diversão, estava um dos pilares da matemática: sequências e padrões. Reconhecer um padrão (como vermelho–azul–verde) e antecipar o próximo passo é essencial em várias áreas, da aritmética à programação.
A repetição estimula a memória de trabalho, a mesma usada para resolver contas de cabeça ou acompanhar raciocínios lógicos. Por exemplo: ao treinar com sequências numéricas crescentes (2, 4, 6…), a criança começa a perceber regularidades, o que forma a base para entender progressões aritméticas no futuro.
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2. Ludo
O Ludo era um jogo de sorte e estratégia. O dado definia quantas casas o jogador andava, e isso por si só já envolvia contagem e adição. Mas o conceito mais rico está na probabilidade. Jogar o dado repetidamente fazia a criança perceber, intuitivamente, que certos números saem mais ou menos vezes (por exemplo, um 6 não é garantido toda hora).
Outro ponto era a estratégia combinatória: ao ter mais de uma peça no tabuleiro, o jogador precisava escolher qual mover, calculando os riscos em um exercício de tomada de decisão baseada em probabilidade.
3. Cubo Mágico
O Cubo Mágico era o quebra-cabeça colorido que girava para todos os lados, e o objetivo era deixar cada face com uma única cor. Resolver o cubo era puro raciocínio lógico e visão espacial tridimensional. Era necessário entender movimentos em sequência, simetrias, permutações e a ideia de que cada ação afeta várias partes ao mesmo tempo.
Matematicamente, o cubo envolve conceitos de álgebra e teoria dos grupos, ainda que de forma intuitiva. Por exemplo, perceber que certos movimentos “embaralham” e outros “desembaralham” é um treino para desenvolver estratégias e entender que há ordem por trás do caos aparente, um princípio matemático clássico.
4. Banco Imobiliário
Mais do que simular uma vida de milionário, o Banco Imobiliário introduzia noções de matemática financeira. Jogadores lidavam com dinheiro fictício para comprar propriedades, pagar aluguéis, receber rendimentos e fazer trocas. Era um treino real de operações básicas (adição, subtração, divisão), mas também de planejamento financeiro.
Conceitos como troco, juros e até valores relativos apareciam. Entender que um aluguel de 500 vale a pena se a propriedade custou 1.000 é o início do pensamento sobre retorno sobre investimento. Bem adulto para uma brincadeira.
5. LEGO
Os blocos de montar, como os da LEGO, envolviam muito mais do que criatividade. Cada construção era um exercício de contagem, proporção e geometria. Ao usar blocos iguais para criar uma torre, por exemplo, a pessoa percebia que quatro peças de duas unidades de altura resultavam em oito unidades totais. Isso introduz a ideia de multiplicação e até de frações: dividir uma peça grande em duas menores para ajustar uma construção, por exemplo.
Também era comum planejar formas simétricas, reforçando a ideia de eixos de simetria, muito usada em geometria plana. E ao tentar manter a estrutura equilibrada, surgiam conceitos básicos de volume e distribuição de peso. Ou seja: a matemática sempre esteve presente na infância de forma disfarçada, especialmente nos brinquedos dos anos 90.
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