Dia do Cordelista: Celebrando a Literatura de Cordel
No dia 19 de novembro, celebramos o Dia do Cordelista, em homenagem ao nascimento de Leandro Gomes de Barros, considerado o pai do Cordel. Este paraibano da cidade de Pombal é conhecido por suas habilidades em escrever poemas que seguem regras de métrica e enredo, como se estivessem narrando pequenas histórias em versos rimados.
Um exemplo disso é o poema “Os Homens da Mandioca”, que descreve a situação difícil do povo em relação à fome e à pobreza. O trecho “Já estamos vendo farinha de barco. Dez mil réis um saco. Vem até fedendo, porém estão vendendo. E o povo a come. Não chamam-lhe nome, nem choram dinheiro, pois não há tempero igualmente à fome” mostra a capacidade do autor de retratar a realidade da época de forma crítica e sensível.
A importância de Leandro Gomes de Barros para a literatura de cordel é imensa. Ele foi o primeiro a imprimir e publicar folhetos em 1895, recuperando a tradição de escrever em versos narrativas dos ciclos tradicionais dos pares de França e das histórias do romanceiro que circulavam oralmente em toda a sua região. Sua capacidade de reproduzir em suas histórias o cotidiano e o imaginário da sociedade em que vivia foi fundamental para o sucesso de seus poemas.
A Literatura de Cordel
A literatura de cordel é um gênero literário que se desenvolveu no Brasil, especialmente no Nordeste. Os folhetos com desenhos em preto e branco, estampando as capas dos cordéis, eram pendurados em varais e expostos à população. Daí o nome “cordel”. A tipografia utilizada na impressão dos folhetos e o sistema ferroviário na remessa das publicações para locais distantes do núcleo produtor possibilitaram o desenvolvimento de um verdadeiro sistema de produção e distribuição.
Algumas das características da literatura de cordel incluem:
- Poesias narrativas que seguem regras de métrica e enredo
- Uso de versos rimados para contar histórias
- Retrato da realidade social e cultural da época
- Uso de desenhos em preto e branco para ilustrar as capas dos cordéis
A literatura de cordel influenciou outras peças literárias de renome, como o Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna, e influenciou na estética do audiovisual brasileiro. Em 2018, o Iphan declarou o gênero patrimônio cultural imaterial do Brasil, reconhecendo sua importância para a cultura brasileira.
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