Apesar de não ser tão popular quanto seu rival, o Master System foi o primeiro grande passo para uma das companhias mais importantes da indústria dos games: a SEGA. Mesmo tendo deixado o ramo de hardware há algum tempo, a japonesa e seu primeiro console de mesa ainda despertam nostalgia em muitos jogadores.
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O Master System foi ainda mais popular no Brasil graças ao excelente trabalho da TecToy, que vivia sua era de ouro na época em que a casa de Alex Kidd, Sonic e tantas outras franquias chegava às salas brasileiras. Além de distribuir o console por aqui, a empresa brasileira também foi responsável por localizar diversos jogos para o português do Brasil — uma iniciativa que gigantes como a Nintendo só adotariam de forma consistente muito tempo depois.
Pensando na importância do Master System, não apenas para a indústria dos games como um todo, mas também para a cultura de jogos no Brasil, o Canaltech reuniu os 10 jogos que definiram o console.
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Master System: o robusto e popular console da SEGA
O Master System travou uma batalha lendária com seu maior rival, o Nintendinho, disputa que culminaria na famosa “Guerra dos Consoles” entre a SEGA e a Nintendo nos anos 90.
O console de 8-bits ficou muito conhecido por sua robustez técnica e pelos ports de arcade que recebeu ao longo de sua vida útil, muitos deles de excelente qualidade. O modelo de negócios da SEGA em regiões como Brasil e Europa fez com que o console explodisse em popularidade. Outro grande destaque foi o suporte que a empresa japonesa deu à biblioteca do Master System, mesmo após o lançamento do Mega Drive.
Confira a lista dos 10 jogos que definiram o Master System:
- Sonic, the Hedgehog
- Alex Kidd in Miracle World
- Space Harrier
- Double Dragon
- Phantasy Star
- Mortal Kombat
- Out Run
- Mônica no Castelo do Dragão (Wonder Boy III)
- California Games (Jogos de Verão)
- Castle of Illusion starring Mickey Mouse
10. Castle of Illusion Starring Mickey Mouse
Muitos jogos populares do Master System eram, na verdade, ports ou versões adaptadas do Mega Drive e arcade. Embora Castle of Illusion Starring Mickey Mouse se encaixe nesse perfil, ele trouxe a aventura da Disney para os 8-bits com fases únicas e mudanças na jogabilidade.
Não é novidade que os consoles da SEGA eram a casa dos melhores jogos do Mickey Mouse, principalmente quando falamos da série Illusion. Castle of Illusion seguia o padrão de plataforma 2D da época, mas se diferenciava dos demais por sua beleza gráfica, que mantém o charme até hoje.
9. California Games (Jogos de Verão)
Apesar de ter sido lançado para diversas plataformas, foi no Master System que California Games — ou Jogos de Verão, como ficou conhecido por aqui — simplesmente bombou.
Jogos de Verão se destacou por traduzir perfeitamente o clima quente da Califórnia, com minigames de esportes radicais como skate, surfe e BMX, tornando-se um verdadeiro clássico. A versão de Master System é, inclusive, considerada por muitos jogadores superior à do Mega Drive.
8. Mônica no Castelo do Dragão (Wonder Boy III)
A presença da SEGA no Brasil foi especial, principalmente por conta da TecToy. Além de traduzir os jogos e trazer mídias físicas ao país, a empresa também criou versões brasileiras de muitos títulos para se aproximar ainda mais do público.
Foi o caso de Mônica no Castelo do Dragão, uma adaptação de Wonder Boy III: The Dragon’s Trap que trocava o protagonista por personagens de Mauricio de Sousa em um jogo de ação side-scrolling com elementos de RPG, tornando-se um marco no país.
7. Out Run
Os primeiros consoles da SEGA tiveram uma presença forte de jogos de arcade, que nos anos 1980 viviam sua era de ouro. Um dos ports de fliperama mais elogiados para o Master System é, sem dúvidas, Out Run. Até hoje, o game é lembrado como um dos melhores jogos de corrida de todos os tempos.
No Master System, Out Run fazia uso de muitas tecnologias do console, incluindo uma belíssima trilha sonora que aproveitava ao máximo o chip sonoro FM, além de usar recursos como a rotoscopia e o pseudo-3D, que passavam a sensação de velocidade e movimento.
6. Mortal Kombat
Ainda falando de ports “milagrosos” para o Master System, temos Mortal Kombat. Apesar de não ter sido a versão mais bem recebida pela crítica, o jogo de luta que bombou nos arcades nos anos 1990 ganhou um tratamento excelente ao chegar ao console de 8-bits da SEGA.
Na época, foi um verdadeiro milagre manter os gráficos digitalizados da versão de arcade no Master System — claro, com muitos cortes e otimizações —, algo que a versão para o Nintendinho, por exemplo, não conseguiu replicar.
Outro destaque foi a decisão da SEGA de manter toda a carnificina de Mortal Kombat, com sangue e fatalities, ao contrário do que a Nintendo fez em seu port para o NES e Super Nintendo.
5. Phantasy Star
Das mãos de ninguém menos que Yuji Naka e Naoto Oshima (futuros cocriadores de Sonic), Phantasy Star também se destacou como um dos jogos mais populares e que melhor exploraram o potencial do Master System.
Phantasy Star apresentava um combate de RPG por turnos e trechos de exploração de masmorras em primeira pessoa, um feito incrível para um jogo de 1987 num console de mesa. Outra mecânica de destaque era a possibilidade de conversar e negociar com inimigos em vez de simplesmente lutar.
4. Double Dragon
Double Dragon é, sem dúvidas, um dos jogos mais importantes de sua época, principalmente por popularizar o gênero beat ‘em up (ou “briga de rua”). Assim como muitos outros, ele chegou ao Master System como um port dos arcades, mas que buscou ser fiel ao original.
Por isso, a versão para o console da SEGA foi drasticamente diferente da que vimos no Nintendinho. No Master System, Double Dragon foi codesenvolvido pela Arc System Works (sim, a mesma de Guilty Gear), que trouxe cores mais vibrantes e um modo multiplayer para dois jogadores simultâneos — recurso que foi descartado na versão para o 8-bits da Big N.
3. Space Harrier
Ao lado de Out Run e Phantasy Star, Space Harrier é outro jogo que fazia uso do pseudo-3D em uma época em que mal se pensava em games do tipo. O rail shooter em terceira pessoa se passa no mesmo universo de outra franquia famosa da SEGA na época, Fantasy Zone.
Seu destaque, com certeza, é o efeito de tile scaling, que aumentava e diminuía os sprites dos cenários em tempo real para reforçar a sensação de profundidade 3D. Um milagre e tanto, que só voltaria a ser destaque com o Mode 7 do Super Nintendo.
2. Alex Kidd in Miracle World
Uma das tarefas mais difíceis ao fazer listas como esta é decidir quais jogos entram e quais ficam de fora. Pelo menos três jogos do mascote orelhudo da SEGA mereciam estar aqui, mas optamos por trazer o mais famoso deles: Alex Kidd in Miracle World.
O jogo chegou em 1986 como uma resposta a um certo bigodudo que havia bombado um ano antes. Alex Kidd in Miracle World se destaca pela jogabilidade precisa, dificuldade elevada e mecânicas criativas de exploração e combate, como o uso de veículos e as batalhas contra chefes decididas no “jokenpô” (pedra, papel e tesoura).
1. Sonic, the Hedgehog
O sucessor de Alex Kidd pode ter brilhado mais no Mega Drive, mas definitivamente fez barulho no Master System. O jogo representou os esforços da SEGA em dar suporte à base de jogadores conquistada nos 8-bits, tanto que o título vinha embutido em muitas versões do console, o que ajudou a popularizá-lo ainda mais.
Sonic rivalizou por muitos anos com Super Mario e é, até hoje, a cara da SEGA. No Master System, o jogo foi portado de forma excelente, com fases exclusivas e bom desempenho, sendo o último jogo oficial da empresa para o sistema na América do Norte.
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